sexta-feira, 27 de novembro de 2020

19 -O CORAÇÃO E O MARCAPASSO - II




...Atônito, quis saber, imediatamente, do que se tratava. Disse-me ele: 
" Você está apresentando bloqueio AV de segundo grau! "  Seguiu-se uma longa e detalhada explicação sobre o assunto. Não podia acreditar! Nunca havia sentido nada de anormal! Como era possível?!!! Conclusão: eu, que fui fazer os exames por simples provocação ao meu amigo Armando, acabei sendo gozado por ele que, ao final, afirmou triunfante:
" Compreendes agora o porquê dos meus exames semestrais ?! ".
Fui aconselhado pelo amigo Dr. João a procurar o Hospital Santa Izabel, já naquele tempo, referência em matéria de cardiologia. Para minha sorte, conheci o Dr. Nilzo Ribeiro, comandante de uma equipe de médicos excepcionais, dentre os quais figuravam Antonio NeryEduardo Tadeu. O Dr. Nilzo, após submeter-me a um " Holter " e executar, ele mesmo, um cateterismo, indicou-me o implante de um marcapasso cardíaco, única maneira de corrigir o problema.
 Naquele tempo o " Holter " tinha que ser remetido para São Paulo
pois aqui não havia equipamento para traduzi-lo graficamente. O cateterismo não demonstrara nenhum problema obstrutivo, tendo, porém, sido diagnosticada uma hipertrofia cardíaca importante o que me obrigaria a, dali em diante, levar uma vida muito mais
 " regrada "...  Ao chegar o resultado gráfico do " Holter ", foram constatados batimentos cardíacos com a frequência incrível 
- para quem não é atleta profissional - de até 38 batidas por minuto!!! ...

Continua na próxima postagem.......


Um ótimo final de semana a todos.
Abraço,



Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

18- O CORAÇÃO E O MARCAPASSO - I



Todo o preâmbulo da semana passada, vem a propósito do terceiro fato que me poderia ter matado: tenho um dileto e querido amigo, irmão e compadre, chamado Armando Ulm ( dos primeiros amigos baianos que conquistei ). Companheiro fiel e sócio em algumas das lanchas que tive, também amante do futebol, que jogava com maestria, acabou contribuindo decisivamente, para salvar a minha vida. Cuidadoso ao extremo com sua saúde  ( para não chamá-lo de hipocondríaco), sempre fez e faz uma bateria de exames clínicos, rigorosamente de seis em seis meses! Mais com o fito de gozá-lo do que por  ter sentido algo de anormal, após uma partida de futebol, das inúmeras que jogamos juntos, lá por volta do ano de 1980, resolvi acompanhá-lo em um desses " check-ups ". Amigo comum e dono da Clínica Check-up, o Dr. João Souza era sempre o escolhido para supervisionar tal procedimento. Chegamos à clínica no Campo Grande e, ao ser submetido ao PRIMEIRO eletrocardiograma da minha vida, fui instado pela enfermeira a continuar deitado, pois ela precisava falar com o Dr. João... Saiu da sala me deixando com uma certa ansiedade, por não me dizer o porquê da proibição de levantar-me. Mesmo intrigado, obedeci. Alguns minutos depois, eis que chega na sala - acompanhado pela enfermeira - o Dr João, em pessoa! Mandou repetir o exame e, ao final, pediu para acompanhá-lo ao seu consultório. Com o semblante demonstrando apreensão e/ou preocupação, disse-me que havia constatado no ECG, uma alteração importante no funcionamento do meu coração!...


Continua na próxima postagem.......


Um final de semana de paz aos meus amigos e visitantes.
Abraço,



Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

17 - O CORAÇÃO E O MARCAPASSO - Introdução -




Sempre gostei dos esportes em geral. Me sai muito bem em todos os que pratiquei, principalmente no futebol e no espirobol (este último, pouquíssimo conhecido, consiste em enrolar a corda na qual se pendura uma bola de couro - do tipo daquelas que são usadas principalmente pelos boxeadores nos seus treinamentos - no topo de um mastro de cerca de 3,5 m de altura, dividindo-se os campos em dois ou em quatro, a depender do número de jogadores, por linhas traçadas no chão. Há necessidade de um preparo físico excepcional dos praticantes desse esporte. As regras são rígidas e o juiz deve
conhecê-las muito bem, para poder arbitrar a disputa. ( Se algum dos meus caros leitores se interessar pelas regras, mande-me seu e-mail que as enviarei com muito gosto).


No espirobol, eu era imbatível no Colégio do Carmo e no futebol, cheguei a treinar nos juvenis e aspirantes do meu querido Papão - o Paysandu - não prosseguindo na carreira por proibição expressa e definitiva de meus pais ( principalmente do meu querido
e saudoso pai ), pois, naquele tempo, jogador de futebol era 
" vagabundo ", assim como todo artista - principalmente do sexo feminino - era considerada prostituta ou em vias de sê-lo. ( como mudam os conceitos!..). Referindo-me, ainda, aos meus dotes como futebolista, vale  acrescentar que fui eleito PELOS COLEGAS, o melhor jogador de futebol do Carmoconsiderando todos os alunos, internos e externos. Por tal eleição, me foi outorgada
solenemente, uma medalha comemorativa, que, de tão bonita que era, levei-a, nas férias de fim de ano, para Oriximiná e, em um gesto de orgulho juvenil, coloquei-a no peito quando fui - como era de costume - jogar a " pelada " de todas as tardes, no campinho seletivo ( não era qualquer um que entrava !!!), da casa do Helvécio Guerreiro. A gozação - como era de se esperar - foi geral!!!... Aficionados, principalmente o Helvecinho o Lúcio e, eventualmente, o Edilberto, anfitriões, as disputas, levadas a sério, se tornavam emocionantes!... Meu querido amigo Sérgio ( hoje morando também em Salvador, onde é  professor aposentado da Universidade Federal da Bahia ), não era muito chegado ao esporte, limitando-se,  na maioria das vezes, a assistir os embates...

Continua na próxima postagem.......



Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

16 - DESASTRE AEREO - final -





Ao final da obra de Serra do Ramalho - cumprida rigorosamente dentro dos prazos contratuais, graças ao magnífico desempenho de toda a equipe envolvida - por não haver mais necessidade, vendi o Cessna no qual o J.C.P., que fora piloto do Piper, passou a
trabalhar. O M.F fora demitido por justa causa, por motivos óbvios... Tempos depois, quando a venda do Cessna foi consumada, o J.C.P. também foi demitido, por falta do equipamento necessário para o desenvolvimento do seu trabalho. Grande pessoa e competentíssimo piloto, senti muitíssimo ao saber que, voando em outro aparelho, ao executar um  rasante sobre sua casa, para avisar à família que estava chegando à Januária ( este é um costume
dos pilotos quando em cidades pequenas e sem tráfego aéreo regular ), chocou-se com a rede elétrica e veio a falecer no acidente. Estes dois episódios, ocorridos com pessoas que conviveram comigo, só fizeram reforçar a minha crença de que " avião não cai: é derrubado ".
Tudo, afinal, voltou ao normal na minha vida, até que um belo dia do ano de 1980, o destino colocou-me novamente frente a frente com outra situação de extrema gravidade que, se tivesse acontecido há apenas alguns poucos anos, teria me levado, inexoravelmente,
à morte. Mas isto é assunto para a próxima postagem que, como vocês já sabem, ocorrerá na próxima sexta-feira...

Um bom final de semana para todos.
Grande abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe