sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

- LENDAS -II - AS SEREIAS - Final -


                                                               Imagem Internet


O mito das sereias foi explorado economicamente com eficiência por um famoso e experiente taxidermista londrino que, por volta do ano de 1830confeccionou um ser hediondo, meio mulher, meio peixe, que passou a exibir afirmando com convicção ter sido recolhido pelas redes de alguns pescadores no Mar do Norte. A exibição deste monstrengo fez com que o seu autor conseguisse seu objetivo que era, na verdade, vende-lo. Depois de poucos dias de exibição, foi vendido a dois irmãos italianos por inacreditáveis dez mil libras. Um naturalista, pouco depois, publicou  um artigo afirmando que se tratava de, sem sombra de dúvida, um macaco costurado à uma pele de peixe! 
Esta combinação macaco-peixe, aliás, deu início a um florescente e bem sucedido comércio de sereias por meio do qual muitos pescadores japoneses conseguiram aumentar consideravelmente seus rendimentos. Até em circos e feiras, muitos exemplares chegaram à Europa para serem exibidos com muita aceitação. Talvez a lenda das sereias tenha sua origem em tempos imemoriais, ligada a deuses de povos primitivos  que os cultuavam na forma de peixes estilizados.


Há algumas criaturas 
marinhas que se parecem 
com dragões em vez 
de sereias. Conta uma 
antiga lenda que num 
certo domingo, o jovem 
herdeiro do Castelo 
de Lambtonna 
Inglaterrafoi à 
pesca e encontrou um animal semelhant
a uma enguia. 
Depois de capturá-lo trouxe-o para casa e o colocou em um poço no qual o monstro cresceu até atingir um tamanho descomunal e quando o jovem partiu para as Cruzadas, o animal veio à superfície e começou a devorar homens e animais. todas as noites. 
Ao regressar da cruzada, o jovem Lambton conseguiu matar o dragão, mas só depois de prometer a uma bruxa que mataria o 
primeiro ser que encontrasse após a vitória. Pra sua total infelicidade, porém, a primeira pessoa que ele viu ao chegar foi seu próprio pai. O jovem recusou-se a matá-lo, em consequência do que a família Lambton foi amaldiçoada pela bruxa, maldição que, segundo se conta, persiste até os dias de hoje...



Excelente final de semana a todos. 

Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

LENDAS II - AS SEREIAS -3 -


Imagem Net


Muitas vezes os marinheiros que regressavam de terras e mares distantes, 
contavam histórias de sereias e mulheres do mar. Numa obra publicada em Amsterdam em 1717, contendo incontáveis ilustrações sobre a fauna marinha dos mares da Índia, encontramos uma descrição pormenorizada de uma mulher do mar encontrada nas Índias Orientais. Nesta obra se lê: " Monstro semelhante a uma sereia apanhado perto da ilha de Borne, em Ambione "Tinha cerca de 1,50 m e a espessura de uma enguia. Viveu em terra dentro de um recipiente cheio de água, durante quatro dias e sete horas. De tempos em tempos, soltava pequenos gritos, como os de um rato. Não aceitou qualquer 
alimento, embora se tenha oferecido peixe miúdo, caranguejos, lagostas, etc.".

Conta-se que na costa oriental do 
continente africano, foi encontrada 
uma sereia multicolorida que tinha 
os cabelos da cor de algas marinhas, pele cor de azeitona e membrana da mesma cor entre os dedos. Apresentava em torno da cintura, uma franja de cabelo cor de 
laranja com extremidades azuis. Suas barbatanas eram verdes e o seu rosto cinzento, continha pequenas rugas características da longa permanência sob a água. Ao longo de sua cauda, apresentava uma delicada fileira de pelos cor-de-rosa.


Afirma-se que um africano, no século XIV, conseguiu salvar a própria vida, afirmando-se  de uma natureza semelhante à das sereias. Um rei chamado Chen, senhor do Benin ( hoje parte do território da Nigéria ), ficou paralítico das pernas. Para escapar da morte certa, já que era costume tribal da época eliminar os reis velhos e doentes, astutamente mandou espalhar o boato que transformara-se em uma divindade marinha que o levou a ter suas extremidades inferiores transformadas em cauda de peixe. Assim, ele pode imobilizar-se e esconder as pernas inúteis sob um manto de pele de leopardo.
No Museu Britânico de Londres, existe até uma estátua retratando o criativo monarca nestas condições.


Continua na próxima postagem...

Desejo a todos um excelente final de semana.

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

LENDAS II - AS SEREIAS = 2 =

                                                           Imagem Internet  


Nas lendas mais antigas das civilizações de culturas mais primitivas do mundo, as sereias também aparecem. Os Filisteus e Babilônios adoravam deuses com cauda de peixe. Estes deuses também aparecem em moedas cunhadas pelos Fenícios e Corintios. Dizia-se que Alexandre, o Grande, quando visitou o fundo do mar num globo de vidro, teve várias aventuras com sereias. Um oficial do exército de César Augusto, segundo narrativa do autor romano Plínio, viu 
diversas sereias " arremessadas às praias e mortas ", lá na distante Gália.
Nas tradições folclóricas, as histórias envolvendo sereias são frequentemente patéticas. Normalmente solitárias, elas podem ocasionalmente assumir a forma humana, geralmente para participar de festividade que aconteça em alguma aldeia da redondeza. Se, entretanto, um homem tirar-lhe a capa ou a cinta mágicas, impedindo-as de regressarem imediatamente ao mar, ocasiona quase  sempre sua morte. Os casamentos com seres humanos raramente são felizes, embora alguns povos das regiões litorâneas da Escócia e da Cornuáliatenham afirmado categoricamente que entre os seus antepassados se contavam sereias. Importantes famílias francesas, durante a Idade Média, falsificaram as suas árvores genealógicas para poder afirmar que descendiam da sereia Melusina, mulher de Monsier Raimundo, um parente do conde de Poitiers.
Esta história de amor, por sinal, teve um final mágico. Uma das condições do casamento, estabelecia que Raimundo deveria deixar Melusina só, todos os sábados. Durante anos e anos viveram felizes, Um sábado, porém, induzido pela sua própria família, Raimundo observou a mulher pelo buraco da fechadura da casa de banho. Ela estava sentada no chão, parcialmente transformada com a cauda de peixe própria das sereias. Melusina gritou desesperada, e pulou pela janela. Raimundo nunca mais voltou a vê-la, embora ela voltasse durante a noite para amamentar os filhos. As amas viam uma 
figura de mulher, cintilante, com uma cauda azul e branca, inclinada sobre os berços...


Continua na próxima postagem...

Bom final de semana a todos.
Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

LENDAS - II - AS SEREIAS.= 1 =



                                                                 Imagem Internet


A lenda das Sereias remonta certamente às civilizações primitivas que cultuavam deuses com cauda de peixe. Provavelmente devem muito, também, aos animais marinhos que apresentam algum comportamento relacionado com os humanos, a exemplo da fêmea do peixe boi que amamenta seu filhote, o que deve ter originado o tema constante de sereias acalentando sua prole. As focas, nas regiões mais 
frias, adotam costumes de deitar-se sobre as pedras emitindo estranhos sons e gritos. Credulidades, imaginações, erro de identidade. Seja qual for sua origem, o mito das sereias não desaparecerá facilmente. Basta lembrar que em 1961Departamento de Turismo da ilha de Man, na Grã-Bretanha, ofereceu um prêmio para quem trouxesse do mar uma sereia viva... Na Irlanda do Norte, por volta do ano 558 d.C., conta-se que uma sereia foi apanhada no lago. Ao interrogá-la, descobriram que 300 anos antes, fora uma jovem chamada Liban, cuja família morrera numa inundação. Ela, então, conseguiu sobreviver durante um ano sob as águas, sendo gradualmente transformada em sereia.
Outra sereia foi descoberta por um grupo de pescadores que a ouviram cantar e lançaram suas redes para capturá-la. Eles a chamaram de Murgen, que significa nascida no mar, e a colocaram num tanque de água para que todos pudessem vê-la. Foi batizada e, quando morreu, foi chamada de Santa Murgen. Muitos milagres lhe foram atribuídos. Em 1403, outra sereia foi encontrada e capturada presa num charco de lama perto de Edam, na Frísia Ocidental. De acordo com um relato de século XVII, ela foi salva pelas mulheres da vila, que a " limparam dos limos que a revestiam ". Nunca aprendeu a falar, mas viveu por mais 15 anos e, após sua morte, foi sepultada no cemitério local. Na costa da Escócia, havia uma bela sereia que visitava diariamente um santo desconhecido que vivia na Ilha Santa 
de Iona, por quem se apaixonara e cuja alma ( que as sereias não possuem ) pretendia tomar para si própria, com todas as forças. O santo disse-lhe que, para conseguir uma alma, ela teria que renunciar ao mar. Ante a impossibilidade de concretização desta exigência, a sereia partiu, desesperada, e nunca mais reapareceu. Suas lágrimas, 
porém, permaneceram e se transformaram nos seixos cinza-esverdeados que só se encontram nesta ilha.


Continua na próxima postagem...

Bom final de semana a todos os amigos e visitantes.
Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe