sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A HISTÓRIA DAS SUPERSTIÇÕES - V -

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Desde tempos imemoriais as galinhas e os galos são de uma maneira geral, considerados guias de confiança para desvendar o futuro. Os romanos consultavam as entranhas
dessas aves. Segundo parece, entretanto, a autoconfiança desempenha um papel de relevo nesse tipo de consulta. Um antigo almirante grego informado pelos seus adivinhos de que as aves sagradas se recusavam a comer, fato que constituía um mau presságio, respondeu mordaz: " Então vamos ver se bebem! "e, dizendo isso, lançou as aves ao mar por sobre a amurada, atacou o inimigo e ganhou a batalha.
.Na família do príncipe URUSSOFF, um nobre russo, existia uma superstição a princípio muito dispendiosa, mas que no final se tornou bastante lucrativa. Quando o príncipe se encontrava em lua-de-mel, no mar negro, o anel de noivado de sua mulher caiu entre as ondas. O príncipe, lembrando da crença familiar de que a perda
de um anel de noivado acarretaria a perda da própria noiva, inclusive por seu falecimento, fez a única coisa que se lhe afigurou possível em tal emergência: comprou as duas margens do Mar Negro a centenas de proprietários, por mais de quarenta milhões de dólares americanos. Raciocinou que, possuindo ambas as margens, seria o dono de todo o mar e do que se encontrasse no fundo do mesmo. Assim, achava que o anel não estaria perdido pois se encontrava dentro de suas propriedades. Quando o príncipe morreu, seus herdeiros, que não estavam nem ai para anel nenhum,
venderam o mar por oitenta milhões de dólares.
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Um excelente final de semana para todos os meus amigos e visitantes. 
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Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A HISTÓRIA DAS SUPERSTIÇÕES - IV -

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As superstições ligadas à mesa são ainda hoje preservadas.
 Se ficar coberta à noite com uma toalha branca, breve a família deverá estar sepultando um de seus membros;
.Nunca devemos permitir que treze pessoas se sentem à mesma mesa. Essa superstição está associada à Última Ceia que reuniu treze pessoas, entre as quais Judas Iscariotes, que traiu Jesus Cristo. Essa crença, porém, é bem mais antiga que o cristianismo e
parece ter sido por ele assimilada. Na mitologia escandinava, doze deuses participavam de um banquete quando o Espírito da Discórdia - LOKI - apareceu e provocou uma disputa que resultou na morte de BALDUR, o favorito dos deuses;
Também fora de casa é possível encontrar situações perigosas. Uma das superstições mais difundidas é a de que não se deve passar debaixo de uma escada, não apenas para evitar um acidente causado pela eventual queda de uma ferramenta ou lata de tinta,
mas devido a uma crença mais antiga: quem caminhasse entre uma escada e uma parede quebrava o triângulo, antigo símbolo cristão da Trindade. É também atribuída à origem das superstições envolvendo escadas, os enforcamentos, quando se fazia
os condenados cair de uma delas, ficando pendurados por uma corda.
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- continua na próxima semana -
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Um ótimos final de
semana a todos.
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Abraço,
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Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A HISTÓRIA DAS SUPERSTIÇÕES - III -


As tarefas da mulher na cozinha eram dominadas pela superstição. Donas de casa acreditam ainda hoje que a comida estragará se durante a sua confecção, os alimentos forem mexidos no sentido contrário ao curso do sol; 
 para evitar que as galinhas se ofendessem e deixassem de por ovos, suas cascas nunca deveriam ser jogadas no fogo.
.Não há utensilio com mais conotações ligadas às superstições do que a faca.
Quando confeccionada de ferro, era considerada proteção contra uma infinidade de males. Essa crença deve provir do tempo em que os povos com armas de pedra ou bronze eram facilmente vencidos pelas afiadas espadas de ferro que os vencidos acreditavam mágicas. Acredita-se que duas facas cruzadas sobre uma mesa, prenunciam uma discussão iminente, que será evitada se alguém
simplesmente as descruzar.
.São inúmeras as superstições em torno do pão.
 Receavam-se consequências funestas quando o pão crescia no forno: era a indicação de que o Diabo nele se escondera. Por esse motivo traçava-se - e ainda se traça - uma cruz sobre o
pão, o que facilita o seu crescimento e impede a entrada do Demônio. 
Era perigoso cortar o pão pelos extremos: o Diabo escaparia dele e andaria à solta por toda a casa, protagonizando malefícios.
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- continua na próxima semana -
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Bom final de semana, grande abraço a todos os amigos e visitantes.
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Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A HISTÓRIA DAS SUPERSTIÇÕES - II -

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A convicção de que bater na madeira é uma garantia de sorte, reflete a crença do
homem primitivo de que todos os objetos naturais ( a árvore, por exemplo ), eram
habitados por um determinado deus. Do mesmo modo, atribuíam-se ao ferro e ao
fogo efeitos benéficos que fazem, ainda hoje, determinadas pessoas conservarem
consigo fragmento de carvão ou uma ferradura em miniatura como um fetiche de
sorte. Deixar cair sal era prenúncio de azar porque, durante séculos, o sal era o
único processo que permitia a conservação da carne durante o inverno. Para os
povos antigos, era essencial que o lar fosse abençoado por espíritos benfazejos.
O lugar fulcral da casa era a lareira onde, de acordo com os Romanos, habitavam
os bons espíritos e na Europa Ocidental era o lar dos gnomos e das fadas que
traziam felicidade à casa e, segundo algumas crenças, até ajudavam nas tarefas
domésticas! Não era prudente ofender as fadas. Nas suas tentativas para
tornarem os espíritos propícios, as donas de casa das ilhas ocidentais da Escócia
deixavam parte do lume aceso na lareira para manter as fadas aquecidas
durante a noite. Segundo uma tradição que ainda hoje sobrevive em alguns
pontos obscuros da Inglaterra, quando uma família se muda para uma nova casa
leva brasas da antiga lareira para queimar na nova. As festas dadas para
aquecer a casa ( housewarming parties ) têm sua origem nesse velho hábito.
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- continua na próxima semana -
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Um ótimo final de semana, abraço.
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Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

A HISTÓRIA DAS SUPERSTIÇÕES - I -



Para início da conversa sobre o tema, vamos à defenição do termo:
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SUPERSTIÇÃO é o desvio do sentimento religioso, fundado no temor ou na
ignorância, que atribui caráter sagrado a práticas, objetos ou crendices, destituídos
de qualquer valor científico. É, também, presságio infundado e vão, deduzido de
acontecimento meramente fortuito. Dito isso e avisando que, pela extensão do
assunto, o mesmo será apresentado em capítulos semanais, vamos aos fatos:
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- O navio foi denominado de FRIDAY (sexta-feira); sua quilha foi assentada, de
propósito, numa sexta-feira e seu comandante era o Capitão Friday. O
Almirantado Britânico decidira denunciar o abuso de uma das mais arraigadas
superstições no seio da Marinha Real - a de que sexta-feira é um dia de azar -.
Na sua viagem inaugural ( claro que iniciada numa sexta-feira ), o FRIDAY
desapareceu com toda sua tripulação! Nunca se conseguiu descobrir qualquer
vestígio do navio. Apesar do Almirantado negar veementemente a veracidade
dessa história, seus desmentidos têm-se revelado inúteis: gerações apos gerações
de marinheiros ingleses acreditam nela cegamente. É que as superstições não
podem ser vencidas pela lógica. Em muitos casos é uma sobrevivência das religiões
primitivas quando o homem adorava as forças da natureza na esperança de obter
auxilio na sua luta pela sobrevivência.
As crendices podem aparecer como uma maneira da classe dominante,
aproveitando-se da ignorância dos dominados, impor ideias que, ao final, visam
meramente proporcionar-lhe maiores lucros ou vantagens. Assim foi, por exemplo,
no tempo da escravidão, quando os senhores das fazendas difundiram entre os
escravos a certeza de que quem comesse manga morreria se tomasse leite em seguida.
Ora, isso impedia que os coitados encarregados de ordenhar as vacas, bebessem
do leite às escondidas , uma vez que lhes era servida uma porção generosa de
mangas (obtidas a custo zero), momentos antes da execução de sua tarefa.

- continua na próxima semana -
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Grande abraço, um ótimo final de semana e até a próxima com
a continuação do assunto.
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Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe