sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

23 - ACIDENTE DE MOTO - parte II -

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 Como morávamos no centro de Belém ( Av. Serzedelo Corrêa, entre a Praça da República e a Braz de Aguiar ), comprei apenas uma moto, que serviria para minha locomoção entre nossa casa e o Ver-o-Peso, onde aportava, mais ou menos com a frequência de dez em dez dias, o barco de pesca, ocasião em que meu " balanceiro ", José Maria - apelidado de Olho de Gato -  procedia à comercialização dos pescados. É preciso dizer que antes da aquisição da moto, me submeti ao curso de direção para tal veículo, sendo devidamente aprovado nos testes do DETRAN, para outorga da Carteira de Habilitação específica. Tudo aconteceu quando de um dos deslocamentos que fazia, quase diariamente, para visitar minha mãe. Ela morava na Travessa 14 de Março ( onde, alias, ainda hoje mora uma das minhas irmãs, a Clemens ). Saí de casa e, a pouco mais de 200m, dobrei à esquerda na Gentil Bitencourt, via de mão única, e fui surpreendido por um ciclista que, na contramão, atravessava, de maneira imprudente, a Gentil. Na iminência do choque, ele, simplesmente, pulou da bicicleta e largou-a, caída na minha trajetória. Tentei pular com a moto por sobre a bicicleta, conseguindo passar apenas a roda dianteira, por sobre ela, enquanto a traseira se embaraçava, resultando na projeção do meu corpo a uns poucos metros à frente. Na queda, fraturei 3 costelas e, sob choque, levantei-me de imediato, correndo o risco de, com este gesto intempestivo, causar a mim mesmo, sérias lesões internas, fato que foi constatado quando dos exames posteriores a que fui submetido...


Continua na próxima postagem......


Bom fim de semana a todos e obrigado pelas visitas.

Abraço,


Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

22 - ACIDENTE DE MOTO - parte I -

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                                                          A " geleira "   W A L K Y R I A

..Tudo isto me levou a considerar a real possibilidade de vir a morrer a qualquer momento, principalmente ao me lembrar das palavras do médico, quando da reunião com a família. Na esperança de  desaparecerem ou melhorarem os sintomas muito desagradáveis, com a mudança de ares, tomei a decisão de me transferir, juntamente com toda a família, para Belém, onde, além da mulher e filhos, teria o apoio de todos os parentes que lá se encontravam. Minha saudosa mãe, meus irmãos e irmãs, meus tios e primos, enfim, de toda a numerosa e unida clã dos Aragão e dos Vinagre, além de amigos de infância com os quais jamais deixei de me comunicar. Tudo isso saiu conforme imaginei. Só não mudaram os problemas com o marcapasso: o mal estar continuou. Minha insegurança quanto ao acerto da transferência, ficou retratada no fato de não me desfazer de todos os bens que tínhamos aqui na Bahia e de não ter iniciado, em Belém, nenhum negócio definitivo, limitando-me apenas a adquirir um barco de pesca de 15 t. (cuja foto ilustra a presente postagem, batizado com o nome de minha mulher, Walkyria, em homenagem e agradecimento por ela, apesar de possuir aqui em Salvador e em Nazaré das Farinhas, sua mãe, irmãos, tios, primos, enfim, toda sua família, ter me acompanhado sem nenhum gesto de protesto ou relutância.
Esta aquisição foi feita apenas com o objetivo de me manter minimamente ocupado, administrando uma atividade que sempre me proporcionou prazer: a pescaria! Alias, é bom que se diga que tal atividade é, para mim, a terceira melhor coisa da vida... Prometo
que na próxima postagem ( como sempre às sextas-feiras ), começarei a narrar o " acidente de moto "... Este preâmbulo, entretanto, é importante para o entendimento do contexto daquilo que viria a acontecer...

Continua na próxima postagem.

A todos, desejo um final de semana muito feliz!
Abraço,



Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

21 - ACIDENTE DE MOTO - introdução -

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                                                                                                                        Foto Internet


Mesmo com o problema cardíaco resolvido - ou pelo menos equacionado - claro que fiquei muito abalado psicologicamente, pela absoluta falta pretérita de sintomas. Jogava futebol, vôlei, pescava em alto mar, inclusive mergulhando durante longos períodos, principalmente em Guarajuba, tendo como companheiro, não raras vezes, o querido e saudoso amigo - médico dedicado e competente - Dr. Antonio Silvani, sem jamais ter o mais leve problema de saúde. Além  de ter que encarar essa nova condição de vida, que me impunha restrições nas minhas atividades, fora convocada por um dos médicos, uma reunião com minha família, onde foram enfatizados todos os riscos que me cercariam dali em diante. Concomitantemente, passei a sentir fortes sintomas de rejeição, não ao aparelho mas aos efeitos que ele causava quando em funcionamento. É preciso esclarecer aos queridos leitores, que o marcapasso, somente entra em operação, se houver uma falha nos batimentos naturais, ficando inibido ( sem funcionar ), sempre que o ritmo natural estiver acima do estabelecido. Ao ser implantado, ele é programado para não deixar os batimentos do coração caírem abaixo de determinada frequência ( no meu caso, abaixo de 40 batidas por minuto ). Ora, tal frequência coincidia, quase sempre, com o funcionamento natural do coração, o que acarretava batidas naturais, simultâneas com os impulsos enviados pelo marcapasso. Esta coincidência ocasionava um mal estar terrível; um desconforto indescritível, a ponto de ter vontade de arrancar o aparelho do peito!...


Continua na próxima postagem......

Um ótimo final de semana a todos os meus amigos e visitantes.
Abraço,



Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

20 - O CORAÇÃO E O MARCAPASSO - final

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... O pior de tudo: quanto mais profundo o sono, mais preguiçoso meu coração se torna! Assim, não fosse descoberta esta anomalia, poderia morrer de parada cardíaca a qualquer momento durante o sono pois, repito, jamais senti algo de anormal durante toda a minha
vida. Ainda assim, por não conhecer direito o Dr. Nilzo Ribeiro ( de quem me tornei amigo até hoje ), resolvi ir à São Paulo para uma consulta com o mais famoso dos cardiologistas da época, Dr. Décio Korman ( Secretário de Saúde do Governo Paulo Maluf ).
Fiquei deveras impressionado com a tecnologia usada, já naquela época, durante a consulta: após tirar a camisa, uma enfermeira colocou alguns eletrodos no meu tórax, enquanto um monitor de vídeo existente na mesa do médico, mostrava todos os detalhes do funcionamento do meu coração. Ao voltar a conversar com o Dr. Décio para a conclusão da consulta ( por sinal caríssima! ), ele me perguntou quem era o meu médico na Bahia. Diante da minha
resposta - é o Dr. Nilzo Ribeiro - ouvi, surpreso, o seguinte comentário: " E o que o Sr. veio fazer aqui?! O Dr. Nilzo é um dos melhores especialista das Américas, no assunto!!! ".
Bem mais tranquilo, retornei à Salvador e, depois de perguntar ao Dr. Nilzo, o que ele faria no meu lugar e ouvindo sua resposta, me submeti ao implante. Graças à tecnologia desenvolvida pelo gênio humano, estou há, exatos, 40 anos - completados em 17.09.2020 - vivo e bem saudável!
Certamente não teria sobrevivido se: 1 - O querido amigo-irmão Armando Ulm não fosse hipocondríaco; 2 - A ciência e a tecnologia tivessem demorado apenas alguns poucos anos para inventar este aparelho que, desde então, salva vidas e mais vidas pelo mundo em fora!!!
 Hoje ostento, no lado direito superior do tórax, o marcapasso de número 6, implantado, com toda a maestria, pelo meu caríssimo e competentíssimo amigo, o eminente cardiologista, Dr. MARCOS GUIMARÃES. Já, há cerca de 15 anos, tenho como supervisor e monitorador da minha saúde cardíaca, este mesmo caríssimo amigo, aqui na Bahia e o Professor Dr. ROBERTO COSTA - de quem também me tornei grande amigo - lá em São Paulo.
 No dia 17.09 passado, completei exatos 40 anos, sobrevivendo - quem sabe - graças ao gênio humano... Este sim, capaz de fazer MILAGRES!!!...

Um excelente final de semana aos amigos e visitantes.
Grande abraço.


Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe