sexta-feira, 29 de junho de 2018

- A TERRA NÃO É O CENTRO DO UNIVERSO, AFINAL ! - III -



                                              O nobre dinamarquês TYCHO BRAHE

                                                              imagem Internet



A história humana é cheia de imprevistos. Assim, antes de falar sobre o Galileu, vamos abordar a participação nos acontecimentos daquela época, de um astrônomo amador, nobre dinamarquês, nascido em 1546, chamado Tycho Brahe. Este cara jamais aceitou as teorias de Copérnico e dedicou sua vida em provar que o certo eram as teorias ptolomaicas. Como seus trabalhos vinham ao encontro das ideias defendidas pela Santa Sé, já aos 30 anos de idade recebeu como doação do Rei da Dinamarca, uma ilha no Mar Báltico - a ilha de Hven - além de todo o capital necessário ao desenvolvimento dos seus estudos e pesquisas. De posse de todos estes recursos e também da autorização para cobrança de impostos dos ilhéus, ele construiu uma casa e um observatório equipado com todos os recursos então disponíveis. Desta sua base solitária, Tycho, ao longo de 20 anos, realizou estudos do céu que o levaram a elaborar um completo catálogo de estrelas, com tabelas que indicavam a localização de pontos fixos, com extrema precisão, embora se verificando as posições mutáveis dos planetas em relação às estrelas.
Hven transformou-se, então, em um centro científico de respeito, sendo visitado frequentemente por cientistas, intelectuais e até pelo Jaime VI, da Escócia, que mais tarde viria a ser Rei da Inglaterra sob o título de Jaime I.
Sua sorte mudou, porém, porque a cobrança de impostos tornou-se insuportável para os habitantes da ilha que, não pagando os tributos, eram constantemente presos, o que provocou uma revolta generalizada, obrigando-o a abandonar a ilha e refugiar-se na cidade de Praga.
Para benefício da ciência, ao instalar-se na cidade de Praga, contratou como seu assitente um jovem gênio astronômico chamado Johannes Kepler que, anos depois faria a seguinte afirmação: " Tycho e eu fomos unidos por um destino inexorável. ".
Kepler, estudando os diversos volumes de tabelas que Tycho havia compilado, acabou por descobrir que Marte não descrevia uma trajetória circular, como era o entendimento da comunidade científica de então. Foi providencial que Kepler ainda trabalhasse com Tycho por ocasião de sua morte. Fazendo e refazendo cálculos baseados nas tabelas de Tycho, depois de cinco anos, acabou por comprovar o que já tinha convicção de há muito: a Terra e todos o planetas então conhecidos descreviam trajetórias elípticas e, não obstantes as inabaláveis convicções de Tycho, todos deslocavam-se em torno do sol.
Kepler - que Einstein descreveu como " um homem incomparável " - enunciou, a partir dos estudos realizados à exaustão, suas " Leis do Movimento Interplanetário ", nas quais, até a atualidade, se baseiam os cálculos astronômicos. Ao morrer, em 1630 e depois de ser insultado como herege e hostilizado nas ruas, a ciência de cujo progresso ele foi um dos responsáveis, tornou-se aceita, apesar da forte ação repressiva por parte da Santa Sé.
Entre os maiores admiradores de Kepler estava o Galileu que, munido de um instrumento chamado telescópio, viria a confirmar as teorias do astrônomo, tendo sido o último dos perseguidos por afirmar que a Terra girava em torno do sol...

continua...


Obrigado pela visita e até a próxima sexta.



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sexta-feira, 22 de junho de 2018

A TERRA NÃO É O CENTRO DO UNIVERSO, AFINAL ! - II -


                                                               Nicolau Copérnico

                                                                      imagem Internet



Foi um religioso , nascido na Polônia em 1473 e fascinado pela astronomia, que ao atingir os 60 anos de idade e depois de uma existência dedicada ao estudo dos céus, não tinha nenhuma dúvida sobre a inconsistência das constatações de Ptolemeu.  Chamava-se Nicolau Copérnico e divulgou uma teoria inédita segundo a qual a Terra era um simples planeta que, junto com tantos outros, se deslocava em torno do Sol. Embora contrariando a crença de então, de que a Terra era o centro do Universo, Copérnico não atentou para o fato de que os planetas não descreviam círculos e sim elipses, em seus cursos.
 Mais problemas sérios, ele também enfrentou com a Santa Sé, pois suas descobertas contrariavam frontalmente o estatus fulcral da Terra. E ele era Cônego da Igreja Católica! Sentiu, também, a fúria de um outro religioso - que logo se tornaria famoso - chamado Martinho Lutero, que o tratava como um louco que queria destruir a ciência da astronomia.
 Sem possuir, tal qual Aristarco, um telescópio ou qualquer outro meio mecânico que permitisse provar aos céticos de então, sua teoria, mostrou-se relutante em publicar sua obra sobre o assunto, intitulada " Sobre as Revoluções dos Corpos Celestes ". Persuadido por seguidores de suas teorias e por alguns amigos, acabou por mandar imprimir o livro, no ano de 1542, verificando, então, que seus temores eram plenamente justificados: seu próprio Editor escreveu um Prefácio de 400 páginas, tentando passar aos futuros leitores, que as narrativas ali enfatizadas, nada mais eram do que auxiliares para cálculos astronômicos e não deviam ser tomados ao pé da letra...
Para sua felicidade, ele só recebeu um exemplar de sua obra quando já estava à morte e sem lucidez mental suficiente para entender o tal Prefácio...
Por incrível que possa parecer, a Igreja Católica não captou as implicações que as teorias de Copérnico estabeleciam, atingindo inclusive alguns dos seus dogmas. A  Igreja somente viria a tomar consciência destas implicações, 73 anos após a morte do astrônomo pioneiro, quando um outro astrônomo - desta vez herético - chamado Galileu, involuntariamente chamou a atenção dos religiosos, para as tais implicações
Mas isto é assunto para a próxima sexta...


Obrigado pela visita e um bom fim de semana.


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sexta-feira, 15 de junho de 2018

- A TERRA NÃO É CENTRO DO UNIVERSO, AFINAL! - I -

                                                        Um dos desenhos de Ptolomeu


                                                                 imagem Internet


Desde os primórdios dos tempos, o homem observava os céus, procurando responder a algumas perguntas intrigantes, o que é atestado por monumentos antigos, como as pirâmides do Egito e o monumento megalítico de Stonehenge, que indicam com precisão as posições determinadas por engenheiros e sacerdotes, há 5000 anos.
Estes sábios, porém, jamais enunciaram qualquer teoria que explicasse o comportamento dos corpos celestes, cuja representação gráfica demonstraram com correção admirável. Limitaram-se a, aprioristicamente, enfatizar que era a Terra o centro do Universo, condicionando com seus  movimentos os movimentos dos outros astros, mas sem nunca darem explicações ou apresentar uma teoria, pois consideravam que se tratava de um problema insolúvel e definido por forças sobre humanas.
Foi então, que no ano de 310 a.C, apareceu um grego chamado Aristarco de Samos ( 310 a 230 a.C. ), sugerindo que o nosso mundo não era o centro do Universo, mas se deslocava, exatamente igual aos outros planetas, em torno do  sol. Tal teoria era tão revolucionária que não só foi considerada absurda, como rejeitada pelos mais destacados filósofos da época. Embora os seus conhecimentos de matemática fossem empíricos, estavam corretos os métodos que ele empregava para calcular as distâncias em que o Sol e a Lua se encontravam em relação à Terra. É que ele se baseou nos cálculos de Pitágoras, que cem anos antes, dissera ser a Terra uma esfera que girava em tono do seu próprio eixo. Tal ideia foi desprezada pelos sábios da sua época que afirmavam que a Terra era plana. Não admira, portanto, que Aristarco que não conseguiu demonstrar cabalmente sua teoria, fosse, também, completamente ignorado.
 Apenas decorridos 400 anos desde a morte de Aristarco, surgiu, finalmente, a teoria que, embora totalmente errada, foi aceita de imediato pela comunidade de sábios da época, por ser menos revolucionária do que a teoria mais ou menos certa, de Aristarco. Claudius Ptolemaeus - conhecido também por Ptolemeu - deduziu que a Terra era o corpo que centralizava os movimentos do Sol, da Lua e dos cinco planetas visíveis ( Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno ). A Terra seria estacionária e, ao seu redor, todos estes corpos celestes giravam!
Valendo-se de desenhos complexos de círculos individuais menores e epiciclos, pretendeu dar figuração à sua teoria.
Embora inexatas, tais teorias constituíram a base da astronomia por incríveis 1700 anos, até o surgimento e divulgação das teorias de Copérnico, já no seculo XVI...
mas isto é assunto para a próxima semana...



Obrigado pela visita e um bom fim de semana.



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sexta-feira, 8 de junho de 2018

- OS MISTÉRIOS DO UNIVERSO - final -

                                                 

                                                      Nossa galáxia - VIA LÁCTEA.
                                    ( note-se a proporção entre a galáxia e o Sistema Solar ).
                                                                    imagem Internet



Nesta última postagem relativa ao nosso passeio pelo Cosmos, vou discorrer sobre as unidades e conjuntos de estrelas possíveis de vislumbrar a olho nu, a partir do nosso Planeta.
Como já vimos em capítulos anteriores, a estrela mais próxima do sol, fora do nosso sistema planetário, é a Próxima Centauro, 4,25 anos-luz distante. No entanto, de maneira nenhuma, é ela a mais brilhante nos céus do planeta Terra. Há 4 estrelas que, embora bem mais distantes de nós, emitem um brilho bem mais intenso: na constelação do Cão Maior, a Sirius que se encontra a 8,7 anos-luz; a Alpha Centauri, a 4,3 anos-luz; a Arcturus, a 36 anos-luz e a longínqua Canopus, a 900 anos-luz!
A Grande Galaxia Espiral, da Constelação de Andrômeda, é o conjunto de corpos luminosos mais distante observável a olho nu; mesmo assim, vislumbrada como uma difusa mancha luminosa que se encontra a assombrosos 2 milhões de anos-luz! (  vou escrever, pra vocês terem uma ideia do tamanho do número :18.921.600.000.000.000.000 - dezoito quintilhões e novecentos e vinte e um quatrilhões e seiscentos trilhões de quilômetros ! ).
A maior estrela vista a olho desarmado a partir da Terra é a Alpha Herculis, uma gigante vermelha ( nome dado à estrelas no estágio de arrefecimento ).
As menores estrelas que se conhecem têm diâmetros equivalentes aos de alguns planetas do nosso sistema solar, aproximadamente 16.000km. A menor estrela até agora detectada, é a Wolf 457, menor do que a Terra e de diâmetro equivalente a 0,0003 ( três décimos milésimos ) do diâmetro do Sol.
Por outro lado, há estrelas gigantescas que podem ser comparadas ao nosso Sistema Planetário. A variável denominada VV Cephei, tem cerca de 1.600.000 km de diâmetro! Denominam-se " estrelas variáveis " aquelas cuja luminosidade oscilante, varia em um ritmo regular.
A parte mais densamente povoada na Via Láctea, Galaxia à qual pertence o Sistema Solar, é a região da Constelação do Cygnus ( Cisne ).
Uma ideia da dimensão da Via Láctea - insignificante em relação ao espaço - é a seguinte informação:
O sol, que se desloca à velocidade de 200 km por segundo, leva 250 milhões de anos para dar uma única volta em torno do centro da galáxia. Assim, desde o surgimento da Via Láctea, há 13.7 bilhões de anos, ele deu apenas 54 voltas ao redor do núcleo!!!



Obrigado pela visita e até a próxima sexta-feira.


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sexta-feira, 1 de junho de 2018

- OS MISTÉRIOS DO UNIVERSO - IV -

O Big Bang - representaçao livre -

                                                                 imagem Internet





Há 2 teorias principais - e uma terceira derivada de uma delas - que tentam explicar a origem do Universo:
- Em 1930, o astrônomo belga Georges Lamaître apresentou a teoria segundo a qual o Universo estava originalmente contido em um " ovo ", denominado por ele mesmo de " ovo cósmico ", de brutal densidade, que explodiu, há 10.000 milhões de anos, e seus incontáveis fragmentos tornaram-se galáxias - uma das quais é a nossa Via Láctea - que se afastam umas das outras a incalculável velocidade.
- Em 1948, três astrônomos britânicos, Hermann Bondi, Thomas Gold e Fred Hoyle, afirmaram que toda e qualquer matéria, é continuamente criada a partir do nada, à razão de 3.7 átomos de hidrogênio por centímetro cúbico de espaço, a cada 1.000.000.000.000 ( um trilhão ) de anos, sendo que esta matéria seria suficiente para formar novas galáxias que preencheriam os vazios deixados pela constante expansão do Universo.
- No ano de 1965, o astrônomo americano ( esses Yankees sâo phoda, estão em todas! ), adaptou a teoria da Grande Explosão, de Lamaître, à sua própria teoria que denominou de " Universo Pulsante ". Segundo ela, tudo é criado, destruído e recriado em ciclos de 80.000 milhões de anos, sendo que, no estágio atual, o Universo avançou apenas 10.000 milhões de anos e, ao final deste ciclo, os efeitos das forças da grande explosão vão cessar, e o movimento se inverterá, verificando-se, ao final deste movimento de contração, a fusão de toda a matéria em um novo " ovo cósmico ", quando então haverá uma nova explosão, recomeçando um novo ciclo. Em resumo, um Universo que não tem fim nem começo, mas um número infinito de fins e começos!

Continua ...

Obrigado pela visita e bom fim de semana.


Ong ANDE E LIMPE