sexta-feira, 27 de abril de 2018

- A PROPÓSITO DA GUERRA DA SÍRIA - II -





                                                       Execução pelo Estado Islâmico
                                                                      foto Internet





                                                        Execução pelo Estado Islâmico
                                                                        foto Internet

Há muito antagonismo, tanto entre os defensores quanto entre os inimigos do Bashar al-Assad.
Assim é que os Curdos têm como adversário a Turquia, já que pretendem formar uma nação - o Curdistão - que reivindica uma parte do território turco. Da mesma forma, este fato se verifica em relação à própria Síria, o que faz dos Curdos inimigos tanto dos rebeldes, quanto do governo que pretendem derrubar. Acreditam, entretanto, que há mais possibilidade de alcançarem seus intentos, estando com os rebeldes no poder; por isto é que lutam ao lado dos rebeldes. Contra os Curdos luta também o Irã, que tem um pedaço do seu território reivindicado para fazer parte da nação Curda. Os Curdos têm um aliado importante e poderoso na região: Israel e, tacitamente os EE.UU, que tudo farão para proteger o estado judeu. Historicamente os Curdos têm legitimidade em sua pretensão; mas isto é assunto para outro artigo...
Em 2013, aproveitando o caos na Síria e em algumas regiões do Iraque, um grupo auto-intitulado Estado Islâmico - originalmente  El Dawlah al-Islamiyah - passou a reclamar para si, territórios na região e fundaram, em junho de 2014, um Califado, proclamando como  primeiro Califa, seu líder Abu Bakr al-Baghdadi. Ao tempo em que começaram a se expandir militarmente, foram impondo aos subjugados, a sharia ( lei islâmica ). As atrocidades que tal organização cometia, fazendo inclusive grande publicidade das execuções sumárias e grotescas, atraíram contra seus componentes todas as facções beligerantes, embora no começo tivesse lutado ao lado dos rebeldes. As nações envolvidas no conflito, temendo que o fortalecimento desse grupo chamado agora de " terrorista ", representasse uma real ameaça aos seus próprio territórios, viram-se forçadas a lutar, ao lado dos seus inimigos na guerra, no combate sem trégua ao grupo terrorista. Assim, o denominado Estado Islâmico, está gradativamente sendo expulso, primeiro do Iraque - região de Mossul - e aos poucos das outras localidades onde havia se instalado.
Os acontecimentos recentes, como o bombardeio franco-anglo-americano de instalações específicas no território sírio, são assunto para a próxima e última postagem sobre esta guerra que já vitimou muita gente, inclusive civis desarmados, crianças e mulheres...


continua...


Obrigado pela visita e até a próxima sexta-feira.


Ong ANDE E LIMPE


 

sexta-feira, 20 de abril de 2018

- A PROPÓSITO DA GUERRA DA SÍRIA - I -.






                                                           Imagem Internet





As origens do atual conflito na Síria se deram, na verdade, ainda no governo de Hafez Assad, pai do atual Presidente do País. Alguns protestos esparsos que começaram na cidade de Deraa, no Sul, ao que tudo indica, inspirados na chamada Primavera Árabe, acabaram por se espalhar para diversas outras cidades do país. Esses protestos clamavam por empregos, maior liberdade política e pelo combate à corrupção endêmica. Tudo começou quando as forças de Assad abriram fogo contra os manifestantes, matando muitos deles. A reação se fez sentir, quando um maior número de pessoas acorreu às ruas, pedindo e exigindo a renúncia do Presidente. Apoiadores da ideia de derrubar Assad  se aliaram ao povo da rua e pegaram em armas, a principio para expulsar as forças de segurança dos locais onde moravam. Assad taxou os manifestantes, agora muitos deles armados, de " terroristas a serviço de países estrangeiros ". Uma rápida escalada da violência e estava iniciada a guerra civil...
Neste ponto entraram em cena as rivalidades religiosas. De um lado, a maioria sumita do país e do outro o braço armado do Islamismo, a que pertencia o então Presidente, os xiitas alauitas. Neste ponto, o conflito trouxe para engrossar e acirrar os ânimos, várias organizações e nações ao redor do mundo.
Aquela simples manifestação começada em uma cidade do Sul do país, de repente colocou em lados opostos, os Curdos ao Norte, os rebeldes moderados e outros grupos não jihadistas, que contam com o apoio aberto dos EE.UU e países aliados, além de outros aliados não declarados, como Israel, Arábia Saudita e outros, em oposição ao governo Sírio e seus aliados nesta guerra, encabeçados pela Russia - na defesa principalmente de seus interesses no país, destacando-se as bases militares já lá existentes desde há muito - o Irã, por suas ligações históricas com os os Bassar, que envia combatentes para engrossar as fileiras do exército Sírio e outros grupos como o Hezbollah, que recebe armamento também fornecido pelo Irã.
Mas há guerras dentro da guerra que colocam diversas e variadas facções umas contra as outras...

Assunto para a próxima semana.



Continua...
Obrigado pela visita  e até a próxima sexta-feira.


Ong ANDE E LIMPE.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

- O RESGATE DO NAVIO COM BOIS NO PORTO DE VILA DO CONDE.





O navio prestes a naufragar
                                                                    imagem Internet





Por mera curiosidade, procurei saber, na última viagem que fiz à Belém, como foi concretizado o resgate daquele navio que iria transportar para o exterior, 5 mil bois, e que naufragou durante o embarque das últimas 30 ou 40 cabeças. Para minha surpresa - e garanto que para surpresa de todos os meus leitores - acabei descobrindo que o navio continua no mesmo lugar do naufrágio !
Apesar do Ministério Público e dos órgãos ambientais terem ameaçado com uma multa de dois milhões de reais\dia a ser cobrada da Companhia Docas do Pará, ainda não se decidiu como implementar a retirada do navio que ainda contem cerca de quatro mil carcaças. Emergencialmente foi apenas providenciada a retirada de algumas toneladas de óleo lubrificante e combustível, para evitar um derramamento maior desses elementos poluidores. A empresa que executou a retirada desse óleo, que seria canadense e se chama Mamute, apresentou também um plano para a retirada do navio com tudo que ele ainda contém. O plano, em resumo, consistiria em içar o navio, fechá-lo totalmente com placas de aço, levá-lo rebocado a até 300 milhas marítimas da costa e afundá-lo numa fossa marinha. Para a execução de tal serviço, a empresa apresentou um orçamento no montante de setenta milhões de reais, sendo que o navio vale apenas dez milhões. Claro que essa diferença de valores  estaria plenamente justificada pelos benefícios trazidos ao pier e ao meio ambiente. Ocorre porém que foi apresentado por uma equipe paraense de peritos no assunto, contratada por uma empresa de resgates ambientadas, um orçamento num valor entre vinte e trinta por cento daquele cobrado pela empresa canadense. Ao contrário do plano da Mamute, o resgate proposto pela equipe paraense, pretendia isolar o local do naufrágio com barreiras de contenção absorventes e, usado um equipamento especial, retirar o restante dos óleos ainda existentes nas inúmeras  tubulações que ligam os tanques aos motores. Ao contrário do plano da multinacional, a proposta consistiria em, após o isolamento total da área, contratar uma empresa especialista para cortar o navio no local onde ele está, içar os pedaços com um guindaste, depositá-los em uma balsa e então proceder à limpeza de todos os detritos contidos em cada um desses pedaços, das carcaças aos sedimentos, que certamente foram depositados ao longo desses anos pelos movimentos das marés. Os pedaços do navio seriam então vendidos, proporcionando um ganho considerável, já que se trata de aço de alta qualidade.O plano paraense contemplaria também a limpeza dos lugares adjacentes ao naufrágio como praias, manguezais, igarapés, igapós e toda e qualquer área atingida pelos materiais poluentes. O que impediu o implemento de um dos dois planos de resgate, não me foi informado, o fato é que tudo continua no mesmo lugar em que aconteceu o acidente!
Se alguém conhece outros fatos envolvendo este resgate, peço que me informe, pelo que agradeço penhorado.



Grande abraço e até a próxima sexta-feira.


Ong ANDE E LIMPE
Clóvis de Guarajuba.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

- A QUESTÂO DA FÁBRICA DA HIDRO E A POLUIçÃO EM BARCARENA.




                                                                      Imagem Internet

                                                    Mulher mostrando igarapé poluido.
                                                                   Imagem Internet


Mais para economizar no item " pessoal " do que para desburocratizar a gestão ambiental, na minha modesta opinião, o Governo do Estado do Pará baixou um Decreto no ano de 2008, sob número 1120.
Tal Decreto delegou ao empreendedor da atividade potencialmente poluidora, algumas tarefas inerentes ao Órgão Fiscalizador. As fiscalizações que eram feitas anualmente - na minha opinião, deveriam ser semestrais - passaram, no caso das mineradoras e afins, a ser exercidas apenas ao final da licença de 4 anos. Delegaram à empresa interessada, a apresentação anual de um relatório se auto- monitorando. Ora, estamos num País em que a impunidade é evidente e as multas aplicadas pelos Órgãos Fiscalizadores não são pagas, em sua maioria.
 Claro que o relatório pode esconder pequenos desvios de conduta, como acidentes ambientais de pequena monta, acidentes de trabalho, questões trabalhistas, entre outros episódios que, somados ao longo dos anos, poderão acarretar os grandes acidentes, tais quais o de Mariana.
A empresa pode, inclusive, contratar um técnico que jamais vistoriou as instalações, copiando inclusive da Net, como fez o filho do ex-presidente condenado!...
Anualmente, é só apresentar o tal relatório, pagar a licença anual e continuar com os olhos voltados apenas para a produção.
Tal delegação, de um dever eminentimente do Estado, trouxe uma grande perda de qualidade à gestão ambiental. A fiscalização só é acionada de 4 em 4 anos ou quando há algum acidente maior, visível inclusive pelos habitantes das redondezas, como foi o caso de Barcarena.
O Governo do Pará, talvez de boa fé, tenha pensado em equiparar a gestão da empresa nas suas sedes em outros países, às administrações dessas mesmas empresas, aqui no Brasil.
Estamos muito longe do primeiro mundo...
Para alcançarmos este patamar, precisamos de muita educação!!!
Que o Pará encontre, o quanto antes, uma maneira de, sem muita burocracia, aprimorar as fiscalizações, para que não tenhamos mais acidentes altamente danosos ao meio ambiente e, principalmente, aos humanos estabelecidos no entorno dos empreendimentos industriais.
Pelo menos esta é a minha opinião.



Grande abraço e obrigado pela visita.
Até a próxima sexta.

ONG ANDEELIMPE.
Clóvis de Guarajuba.