sexta-feira, 25 de junho de 2021

- O MISTÉRIO DA ILHA DE PÁSCOA - final -




Um dos mistérios mais intrigantes que perduram até hoje, é a resposta à seguinte pergunta: como algumas esculturas talhadas numa cratera localizada a mais de 20 km do lugar em que se encontram hoje, foram transportadas, numa época em que não havia tecnologia para tal mister? Muitas hipóteses tentaram explicar este deslocamento sem, entretanto, conseguirem tal objetivo. Aventou-se a possibilidade que teriam sido roladas sobre troncos, utilizando a tração proporcionada pela força conjunta de centenas de homens. Tal hipótese não resistiu ao argumento resultante de uma experiência realizada, que resultou na constatação da impossibilidade do solo da ilha suportar árvores
com proporções necessárias para a prossecução de tal objetivo. Por outro lado, levantou-se a possibilidade de uso, para tal deslocamento, de cordas elaboradas com a utilização de cipós-trepadeiras existentes na ilha. Foi logo descartada essa tese com a constatação experimental de que tal utensílio não suportaria a tração necessária ao deslocamento de 20 ou 30 ton., peso das esculturas. Se o simples deslocamento e transporte das esculturas já é, por si só, um mistério, o que dizer e como resolver o enigma de sua elevação até os pedestais onde se encontravam ao tempo de sua descoberta?!!!
Vestígios de antigas aldeias sugerem que a Ilha de Páscoa contou um dia com uma população de 2000 a 5000 indivíduos, divididos em duas classes: os homens de orelhas longas, representados nas estátuas, seriam a classe dominante - usavam pesos para alongar as orelhas - enquanto os indivíduos de orelhas normais constituam a classe inferior, sendo proibidos de alongar as orelhas. Os Incas também usavam pesos semelhantes, antes da conquista do Peru pelos europeus. Apesar desta semelhança, os habitantes atuais da Ilha de Páscoa apresentam mais afinidades com os polinésios do que com as populações da América do Sul. Todos estes mistérios teriam sido facilmente desvendados não fora um traficante de escravos peruano que, no final do século XIX, destruiu a Ilha, capturando inclusive o último rei e o sacerdote-feiticeiro daquela civilização. Ignora-se o que aconteceu com estes
escravos. Provavelmente alguns fugiram e regressaram à Ilha, levando
consigo doenças ali inexistentes até então, que acabaram por destruir e dizimar as populações locais. Em consequência deste fato, desapareceu a possibilidade de se descobrir como um povo que vivia na idade da pedra, conseguiu criar um verdadeiro exército de monólitos.



Um ótimo final de semana aos meus amigos e visitantes.
Grande abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 18 de junho de 2021

- O MISTÉRIO DA ILHA DE PÁSCOA - I -

'

Quando o almirante holandês Jakob Roggeveen, no ano de 1722, descobriu 
aquela ilha que não constava em nenhum mapa da época, no meio do Pacífico 
Sul, jamais imaginou que até hoje, decorridos quase 3 séculos, o mistério sobre 
a autoria das esculturas gigantescas lá existentes, continuaria a desafiar os 
arqueólogos e historiadores. Temeroso, a princípio, ao visualizar os gigantes, 
suspirou aliviado quando ao se aproximar, descobriu que os gigantes eram 
esculturas entre as quais pessoas de estatura normal se deslocavam num vai 
e vem constante. Ao desembarcar no dia seguinte, acompanhado de um 
pequeno grupo de tripulantes de suas naus, constatou que as esculturas 
gigantes representavam o busto de homens de orelhas compridas e rostos 
pontiagudos, rubicundos. Como tal descoberta se deu no dia da Páscoa 
daquele ano, Roggeveen a denominou de Ilha da Páscoa, como era de 
costume então. Somente 50 anos depois, desembarcaram na ilha outros 
europeus e, apenas 100 anos após, começaram as explorações na ilha. 
Quando as explorações foram iniciadas, as estátuas já não mais se encontravam 
de pé. Durante as guerras tribais tinham sido derrubadas e jaziam no chão, onde 
ainda hoje se encontram. Os estudos determinaram que as estátuas haviam sido 
talhadas em rocha vulcânica, retirada da cratera adormecida do vulcão Rano 
Raraku. Foi constatada, também, a presença de mais de 700 estátuas, algumas 
esculpidas nas paredes do vulcão, outras prontas para serem transportadas e 
inúmeras apresentando apenas vestígios do trabalho com cinzel e machado. 
Estes utensílios haviam sido deixados em posições tais, que sugeriam a 
disposição dos artífices de retornar em algum momento, para continuar o 
trabalho. Ao longo do caminho que descia da cratera, erguiam-se dezenas de 
estátuas completas, alinhadas a perder de vista, de 50 em 50m. Algumas 
atingiam o peso de 30t e tinham por volta de 4m de altura. Havia uma estátua 
gigantesca, incompleta, medindo mais de 20 m de altura e com peso de 
aproximadamente 50t!

Continua na próxima postagem.....

Um ótimo final de semana aos meus amigos e visitantes.
Grande abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 11 de junho de 2021

UMA AVENTURA MAIOR AINDA !



Como todo Amazônida que se preza, VALDENI, desde muito cedo acostumou-se a se esbaldar nas brincadeiras com meninos de sua idade, nas águas do rio Aripuanã, que banha o povoado de Vila do Carmo, uma pequena comunidade no município de Apuí, Estado do Amazonas, onde nasceu.
Apenas despontou a adolescência, porém, ele descobriu, aos poucos, que sua paixão pelo esporte não seria concretizada pelas disputas na água, pois começou a sentir uma irresistível atração pelas bicicletas. Na simplicidade da situação financeira de sua família interiorana, acostumou-se a pensar que possuir uma delas era um sonho inalcançável. Sua paixão, entretanto era de vez em quando, acalentada por momentos fugazes, mas de puro êxtase, que experimentava sempre que conseguia emprestado uma " magrela ", de propriedade de algum amiguinho que tinha o privilégio de possuir uma, naquele improvável lugar interiorano. Como todo sonhador que se preza, porém, VALDENI jamais deixou-se abater; ao contrário, sempre que podia, fazia pequenos trabalhos aqui e ali e, sempre que estes trabalhos lhe rendiam alguns trocados, ia guardando, com o objetivo firme e decidido de um dia poder comprar, nem que fosse uma de segunda mão...E tantos foram os anos, e tantos foram os esforços, e tantos foram os trabalhos que, à medida que crescia, estes trabalhos passaram a ser mais importantes - e por isso mesmo, melhor remunerados - que um belo dia pode, com muito orgulho, comprar a tão sonhada bicicleta.
Lá, um dia, já  maior de idade, teve a ideia de fazer algumas 
" viagens " pedalando para lugares cada vez mais distantes. Nessas viagens se sentia tão confortável, que lhe parecia cada vez mais possível conquistar o mundo pedalando! E foi o que ele fez!!!
Um belo dia, em que conseguiu uma bicicleta mais moderna e de qualidade, para espanto dos parentes e amigos, saiu pedalando com o objetivo de percorrer todas as Capitais brasileiras, no menor espaço de tempo possível. Nenhum patrocínio conseguiu; mesmo assim, começando pela capital de Roraima, a bela Boa Vista, onde chegou, levado junto com seu xodó, pela generosidade de um caminhoneiro, rumou em direção à capital de seu próprio Amazonas, a cidade de Manaus, sem sequer parar, já que seu objetivo era cumprir o percurso no menor tempo possível. E sucederam-se Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá...até finalizar na capital paraense, a belíssima Belém do Pará.
 Conferido o total de dias da jornada, constatou-se que ela foi cumprida em exatos 232 dias e que foram percorridos nada menos que 20.626 km!
Esta constatação significou que VALDENI PINHEIRO ALVES
( este seu nome completo ), é, até o momento, o único brasileiro a fazer tal jornada neste tempo!
   Na volta pra casa foi recebido pelos conterrâneos com uma merecida festa de boas vindas, nos limites das disponibilidades locais. Mas,  passadas as festividades, a inquietação e a busca por novas conquistas, fizeram com que esse homem interiorano, ainda desta vez, sem patrocínio, começasse a pensar em novas façanhas. Assim, resolveu refazer o percurso, começando porém, desta vez, pela sede do seu município. Partiu, então de Apuí, desta vez pela BR-230, a Transamazônica, rumo à capital paraense, Belém, seguindo-se São Luiz, Palmas, Teresina, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju e, ao entrar em território baiano pela Linha Verde, eis que o encontro parado no acostamento, já na Estrada do Coco. Não pensei duas vezes, ao vê-lo parado o acostam com a bicicleta toda embandeirada, e parei com a intenção de ajudá-lo. Já tinha, porém, usando seus próprios recursos, resolvido o problema.
Adiantou-me, durante a nossa rápida conversa, que cumpriria o seguinte itinerário, a partir de Salvador: Vitória, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Rio Branco, Porto Velho, Manaus, Boa Vista e, finalmente, Macapá, onde completaria o CIRCUITO DAS CAPITAIS, como ele mesmo designou sua epopeia.
Restou-me a felicidade e a honra de tê-lo conhecido e ter, a seu pedido, posado ao lado deste grande guerreiro. Estarei aqui torcendo para que tudo dê certo...
Resta-me desejar que consiga seu nobre mas bem perigoso objetivo...
Boa jornada, meu nobre, valente e novo amigo!!!

   
O encontro com o super atleta, em plena Estrada do Coco, levou-me a torcer pelo seu sucesso pleno.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

- EM BUSCA DE AVENTURA - final -


                                              Meu " trofeu " exibido com vergonhoso orgulho...
                                                     - nesse tempo a caça não era proibida -

Ah! Porto Velho... Quantas recordações! Logo começamos a fazer amigos e amigas. A vida social era uma festa só. Cidade cosmopolita, atraindo à época muitos e variados profissionais,  principalmente ligados à área do agronegócio, apresentava muitas oportunidades aos empreendedores que quisessem trabalhar. Para tal, contavam-se com incentivos governamentais em formas de empréstimos baratos e a longo prazo, além da possibilidade de captação de recursos por
intermédio da SUDAM, abatíveis do imposto de renda das Pessoas Jurídicas interessadas em investir na região. O desmatamento era visto como benefício imprescindível e urgente para o desenvolvimento. Substituir a floresta nativa e intocada por pasto ou produtos agrícolas, principalmente o cacau, representava um sinal de patriotismo e abnegação. Quanto mais célere a derrubada acontecia, mais admirado e elogiado era o empresário e empreendedor. A meta do Governo girava em torno do lema " integrar para não entregar ".  Ariquemes passou a se destacar na produção de cacau, assim como já era referência nacional o município de Cacoal, na produção de café.
Mas, nem só de trabalho duro era feita a vida. Nem só a malária - endêmica na região -, se pegava por lá... Aos domingos nos reuníamos em nossa casa ou nas casas ou chácaras dos amigos, para um churrasco ou simplesmente para conversar e trocar experiências. Numa dessas reuniões, na chácara de um amigo que era o gerente regional da Varig, ocorreu um episódio marcante que vale a pena ser narrado. Estávamos numa animada roda de papo descontraído, quando chegou, meio espavorido, um dos empregados da chácara. Anunciava, espantado, a descoberta, às margens do igarapé que serpenteava pelo terreno, de uma " descomunal " - foi este o termo que ele usou - cobra, possivelmente " sucuriju "  ( sucuri ), enrolada e digerindo um animal que não deu pra identificar. Fomos até o local e constatamos, na margem oposta, um " rolo " enorme de cobra. Como naquele tempo não era proibida a caça, peguei o carro e fui até nossa casa buscar uma espingarda de caça submarina que mantinha lá, esperando por uma pescaria que me prometera um outro amigo, nas águas transparentes de um certo rio da região ( creio que Rio Machadinho ), onde havia muitos e  " enormes tucunarés ". A propósito, esta pescaria jamais aconteceu. Enquanto me deslocava para pegar a arma, o dono da chácara mandou avisar à equipe do Amaral Neto, que se encontrava na cidade produzindo um daqueles programas muito vistos então, chamados  " Amaral Neto - o repórter ". Quando retornei, todos já se encontravam a minha espera, ansiosos por me verem caçar " o bicho ". Embarquei  numa canoa, levando o caseiro como remador e rumamos em direção à outra margem, seguidos por outra canoa que conduzia a equipe do Amaral Neto, que iria documentar a caçada. Mandei o rapaz se aproximar o mais possível e, a cerca de um metro de distância, curvei-me na borda da canoa, mergulhei a espingarda apontada na direção do imenso " rolo " e acionei o gatilho, varando com o arpão os anéis do estático e indefeso animal, que foi traspassado pelo terrível aço. Ah! quanto tal lembrança me faz sofrer hoje em dia! Como eu era imbecil naquele tempo! Hoje, não sou capaz de matar animal algum, por mais nocivo que possa parecer... A beleza daquela sucuri pode ser apreciada na ilustração que enriquece esta postagem...
Missão cumprida, resolvi realizar um sonho de há muito: descer de navio de Porto Velho até Manaus e conhecer as cidades ao longo do percurso. Esta viagem se deu sem nenhum incidente, pra minha completa frustração...kkkkk  


Um ótimo final de semana a todos.
Abraço e até sexta.


Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe