sexta-feira, 29 de outubro de 2021

- ATLÂNTIDA - a lenda - I



Tudo começou com relatos do filósofo grego Platão. A credibilidade que possuía como grande erudito, acabou por tornar aceita, sem restrições, sua narrativa sobre a existência de uma ilha linda, próspera e poderosa, dominadora de um império que se estendia até a África e a Europa. Seus habitantes, cultos e afeitos às guerras, por praticarem atos atentatórios à moral e aos ensinamentos correntes, tiveram como castigo a submersão de suas terras, tragadas que foram pelas 
águas do mar. Embora desafiando a lógica da história e da geologia, permaneceu esta história como verdade durante muitos séculos, fornecendo argumentos e materiais para românticos e poetas. Platão deu a esse Paraíso Perdido, segundo ele, localizado além das Colunas de Hércules ( atualmente Estreito de Gibraltar ), 
o nome de AtlântidaA ideia original porém, não foi de Platão. Ele apenas se limitou a repetir os relatos de Sólon, que, por sua vez, os ouvira de sacerdotes egípcios, segundo os quais o desastre acontecera 9.000 anos antes do nascimento de Sólon. As evidências geológicas, no entanto, demonstram que o oceano Atlântico existe, tal qual o conhecemos hoje, há alguns milhões de anos, não contendo vestígio algum que indique a existência  de uma ilha outrora habitada e 
afundada sob suas águas. Recentemente constatou-se que a civilização descrita por Platão é muito semelhante ao Império Minóico que existia na ilha de CretaEra uma sociedade altamente desenvolvida com leis escritas, conhecimentos sobre metalurgia e técnicas de engenharia que incluíam a abertura de canais, túneis, obras portuárias e até instalações sanitárias equivalentes às usadas em nossos dias. No final do século XV a.C. esta civilização desapareceu tão abruptamente quanto a Atlântida proclamada por Platão. Durante séculos, o seu desaparecimento intrigou os historiadores que não entendiam como uma civilização tão avançada podia ter desaparecido de repente. Descobertas recentes, porém, sugerem que o Império Minóico foi totalmente aniquilado por uma gigantesca explosão vulcânica.
Sabe-se que a ilha de Thera, no Mar Egeu, explodiu cerca de 1470 a.C.



Continua na próxima postagem...

Um ótimo final de semana a todos,
Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

- NÃO SENTIR DOR. ISTO É BOM?



Nascida na Inglaterra, Elizabeth Andrews amanheceu certo dia com a perna inchada. Como não se queixara de nada que justificasse tal inchaço, o médico da família considerou tratar-se de reumatismo infantil. Mas a tumefação manteve-se e até agravou-se. Meses se  passaram sem que nada mudasse e os médicos resolveram radiografar a perna doente. Espantados constataram que a menina houvera quebrado vários  ossos do tornozelo. Durante todo esse tempo a jovem não sentira qualquer dor. Elizabeth é uma das 12 pessoas no mundo que, nos últimos cem anos, nunca experimentaram a sensação de dor. 
Em situações que em outras pessoas provocariam gritos alucinantes, ela se mantinha inalterável como se nada tivesse acontecido.
Um outro indivíduo, contado entre os 12 insensíveis à dor, catalogados nos últimos cem anos, também vivia na Inglaterra e tinha o apelido curioso de Alfineteira Humana ". Com 50 anos de idade confessou, um belo dia, que só sentira alguma dorzinha em 3 momentos ao longo de toda a sua vida: a primeira aos 7 anos, quando foi atingido por um machado na cabeça; a segunda aos 14 anos quando sentiu uma picada durante os procedimentos médicos para retirar um chumbo da perna esquerda que houvera sido baleada acidentalmente durante uma caçada e a terceira, aos 16, sentiu leves dores quando o médico lhe 
colocou no lugar, sem anestesia, uma perna quebrada.

Muitas pessoas poderiam desejar ser um desses " privilegiados " , insensíveis; estariam propensos, porém, a talvez morrer, por exemplo, com um apêndice supurado, tendo como desfecho, uma peritonite. A dor, portanto, 
é um aviso às pessoas comuns, aprioristicamente, de que alguma coisa está errada no seu próprio corpo.
 Sem a dor, por exemplo, nunca detectaríamos um iminente ataque cardíaco, a tempo de procurar socorro imediato. 
A dor é um eficiente sistema de alarme 
natural que atua quando o organismo corre perigo. A maior parte dos seres humanos experimenta duas espécies de dor. O indivíduo que coloque a mão numa chaleira fervente, por exemplo, sentirá, 
imediatamente, uma dor curta e aguda, que o levará a soltar 
incontinente o utensílio. 
Segue-se, então, o segundo tipo de dor, esta contínua, que permanecerá até que o ferimento seja adequadamente tratado e comece a sarar. Ambos os tipos de dor são conduzidos ao cérebro pela medula espinal mas cada um tem o seu próprio sistema nervoso independente. O primeiro é transmitido rapidamente ao cérebro por intermédio de uma rede de pequenos nervos revestidos por um tecido chamado " Fibras Delta-A ", que comunicam ao cérebro a ocorrência, a fim de 
permitirem a rápida reação do organismo. O latejar da queimadura chega ao cérebro mais lentamente, através de nervos não protegidos, chamados Fibras C ". Esta faz o cérebro tomar conhecimento de que a mão foi queimada  e que a dor continuará até que o ferimento seja tratado e sare. Há, porém, um mistério no cérebro. Algumas pessoas tem um elevado limiar à sensação da dor, suportando-a melhor que outras. E, por fim, como explicar a ausência total de dor 
quando sob trauma, como aconteceu comigo, após ser massacrado em um acidente de carro sofrido e narrado em publicações anteriores?...



Um ótimo final de semana a todos.
Grande abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

SERIA O AUTOR O ASSASSINO? - final -



A novela termina com o famoso detetive Dupin, de inteligência brilhante, referindo-se a um " assassino solitário ", parecendo, a certa altura, que irá declinar seu nome, quando a narrativa termina, inesperadamente, de maneira a se pensar que o editor estabeleceu censura ao verdadeiro  final da intriga, por motivos desconhecidos. À luz dos conhecimentos atuais sobre o assunto, é muito estranho que Allan Poe não tivesse figurado entre os suspeitos. Todas as pessoas que leram o conto são unânimes na afirmação de que o autor conhecia intimamente a vítima, no tempo em que ela vendia charutos na tabacaria de Anderson. Poe, que habitualmente se vestia
de negro e usava sobre os ombros uma capa do Exército, do tempo em que frequentou Academia Militar de West Point, era um poeta de caráter cruel e tortuoso. Foi julgado pelo Conselho de Guerra e expulso de West Point por seu comportamento turbulento e por ser um ébrio contumaz.
Numerosos biógrafos descreveram suas muitas aventuras e intrigas, suas aberrações sexuais e seu comportamento revestido de caráter erótico. As personagens de seus livros são, em geral, egocêntricas e perturbadas, consideram-se indivíduos superiores e arrogam-se o direito de se entregarem a suas paixões e perversões, sejam elas incesto, sadismo ou assassinato.
A morte, por assassinato de mulheres atraentes, exercia um estranho fascínio sobre o escritor. Seus amigos ouviam dele, segundo seus relatos, que essas mortes provocavam nele um " êxtase poético ". Pensa-se que no dia 3 de outubro de 1838, o escritor entrou na tabacaria mantendo uma longa conversa com a jovem Mary. A data corresponde aproximadamente à do primeiro desaparecimento da moça. Teriam Poe e Mary vivido juntos durante os dias
em que ela desapareceu? Além disso, 3 dias antes do corpo ser encontrado e retirado do Hudson, a jovem foi vista passeando com um " homem alto, moreno, de mais ou menos 26 anos ", em um bosque nas proximidades do rio. Tal descrição bate com o físico do escritor. Seria de fato ele? Viciado em bebida e outras drogas, o escritor morreu aos 40 anos, em 1849, dizendo a frase :
"Deus ajude a minha pobre alma!". Assim, Allan Poe morreu sem ter sido uma única vez interrogado sobre um assassinato que tão apaixonadamente e com extenso conhecimento, descreveu em sua obra. Por estranho que possa  parecer, o processo policial permanece arquivado e malograram-se as tentativas de reabri-lo, malgrado detetives sérios e renomados, terem tentado fazê-lo.
Será possível que as autoridades de então soubessem da verdade mas
resolveram escondê-la para evitar a repercussão negativa que certamente causaria no mundo literário ou simplesmente não lhes interessou que fosse revelado que haviam participado de tão infame e cruel evento???...

Um ótimo final de semana a todos.
Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe
  

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

- SERIA O AUTOR O ASSASSINO ???... I -


Imagem Internet

Em julho de 1841, o corpo de uma atraente e jovem morena, foi encontrado. Chamava-se Mary Rogers e contava na ocasião apenas 21 anos de idadeTinha as mãos atadas atrás das costas e fora violada e estrangulada com um pedaço de renda, provavelmente retirado pelo assassino de seu próprio vestido. Embora tal crime permaneça até hoje um completo mistério, investigadores modernos concluíram que tal homicídio poderia ter sido perpetrado pelo famoso autor americano Edgar Allan Poe. Ele não só ficara impune como teve a audácia de narrar tal assassínio em sua obra, com todos os detalhes! Assediada
por atores famosos que atuavam na Broadway, a vítima, que trabalhava em uma tabacaria de propriedade de um certo  John Anderson, localizada no mesmo bairro novaiorquino, já havia desaparecido em outra ocasião, em outubro de 1838. Tal desaparecimento repercutiu intensamente, inclusive nas primeiras
páginas dos jornais. Semanas depois ela reapareceu alegando que resolvera descansar na casa de alguns amigos no Brooklyn.
 Seu assassinato produziu sensação naquele longo e quente verão de 1841. O primeiro suspeito foi seu patrão, Anderson, que costumava acompanhá-la até sua casa, com regularidade, até o dia em que ela resolveu deixar o emprego em sua tabacaria. Inúmeros admiradores da jovem, inclusive dois homens que moravam na pensão de
propriedade da mãe da vítima, localizada em Hoboken - Nova Jersey, chamados 
Alfred Crommelin e David Payne, foram investigados à exaustão. As polícias de Nova York e Nova Jersey, trabalharam árdua e longamente sem conseguir,
entretanto, nada de positivo, vendo-se, ao final das investigações, obrigadas a arquivar o processo. Dezoito meses após o final das diligências sobre o assassinato de Mary, o caso voltou, com toda a força, a ser discutido, pelo fato de ter sido literariamente imortalizado numa famosa história policial, sob a 
forma de folhetim, publicado na revista Snowden`s Ladies Companion.


Título do conto :
O Mistério de Marie Roget 

Autor: Edgar Allan Poe.

O novelista retratava, fielmente,
todos os fatos relativos à morte
de Mary, embora transferindo a
ação para a cidade de Paris
e mudando os nomes e endereços
das pessoas a ela ligadas. Como
no caso de Mary Rogers, a novela
não chegava a nenhuma conclusão
e apresentava um frustrante e
incongruente  desenlace...


Imagem Internet



Continua na próxima postagem......

Um ótimo final de semana a todos e muito obrigado pelas visitas.
Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

- A HÓSPEDE SUMIU!!!


Versão atual de Hotel de luxo - Foto internet.

PARIS, maio de 1889
Provenientes de Marselha, onde desembarcaram vindas da Índia, mãe e filha, inglesas, chegaram a um dos mais elegantes hotéis da cidade, onde haviam reservado 2 apartamentos individuais. Assinaram o livro de registros e foram conduzidas aos seus aposentos. A mãe ficou instalada no luxuoso quarto 342, com pesadas cortinas de veludo de cor ameixa, papel de parede cheio de rosas, móveis de pau-cetim e um enorme relógio de bronze dourado. Quase imediatamente, porém, a senhora ficou gravemente enferma. O médico do hotel foi chamado e, depois de examinar a paciente e fazer algumas perguntas a sua filha, chamou o gerente do hotel a um canto do aposento, com o 
qual trocou algumas palavras. Embora sem muita fluência na língua francesa, a jovem filha compreendeu perfeitamente o pedido que lhe fez o médico: em vista do estado de sua mãe, ele não poderia se afastar de sua cabeceira e ela deveria ir, usando a sua carruagem que se encontrava na frente do hotel, ao seu consultório localizado no outro extremo da cidade, de onde traria uma poção por ele mesmo manipulada, indispensável à tentativa de salvar a vida de sua mãe. A jovem partiu, com a carruagem fazendo uma viagem desesperadamente lenta, embora suplicasse com frequência ao cocheiro que aumentasse a velocidade. 
Depois de uma viagem de volta igualmente lenta, chegou ao hotel. Havia gasto pouco mais de 4 horas na empreitada. Imediatamente precipitou-se para a recepção do hotel e perguntou como estava sua mãe. O gerente, sem expressão fisionômica alguma, respondeu: 
- A quem se refere, mademoiselle?! 
 Apanhada de surpresa com tal pergunta, balbuciou algumas palavras na tentativa de explicar o porquê de sua demora. 
- Mas, mademoiselle, não sei absolutamente nada de sua mãe!!! - Mademoiselle chegou sozinha ao hotel!!!
 - Mas registramo-nos aqui há menos de 6 horas! Verifique no livro de registro!!!
 O gerente apresentou o livro e, correndo o dedo até o meio da página, encontrou o nome da jovem mas, imediatamente acima de sua assinatura, onde deveria constar o nome de sua mãe, havia o registro de outra pessoa. 
- Ambas assinamos este livro! Minha mãe ficou no apartamento número 342, onde se encontra no momento. Por favor, leve-me até ela, imediatamente! 
O gerente garantiu que tal quarto estava ocupado por uma família francesa mas, ainda assim, teria muito prazer em acompanhá-la. 
O quarto continha apenas os objetos pessoais dos seus ocupantes e não havia cortina de cor ameixa, móveis de pau-cetim e nem relógio de bronze dourado. De volta à recepção  a moça encontrou o médico do hotel ao qual perguntou por sua mãe, obtendo como resposta a negação de que a tenha conhecido e examinado. 
A jovem se dirigiu ao consulado britânico, onde narrou o sucedido ao embaixador que não acreditou em nada, assim como a polícia e os jornais a quem recorreu. 
Finalmente voltou à Inglaterra onde foi internada em um asilo. Uma explicação para tal ocorrência é que a mãe houvera contraído a peste na Índia. O médico, reconhecendo os sintomas, teria conspirado com o gerente do hotel para esconderem o ocorrido pois, sua divulgação, arruinaria a Grande Exposição que ocorreria proximamente na cidade. Contudo o mistério continua: 
1 - Como poderia o quarto 342 ser redecorado tão radicalmente em apenas       4 horas? 
2 - E o corpo da mãe, onde foi parar?...



Um ótimo final de semana a todos os leitores e amigos.
Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe