sexta-feira, 22 de outubro de 2021

- NÃO SENTIR DOR. ISTO É BOM?



Nascida na Inglaterra, Elizabeth Andrews amanheceu certo dia com a perna inchada. Como não se queixara de nada que justificasse tal inchaço, o médico da família considerou tratar-se de reumatismo infantil. Mas a tumefação manteve-se e até agravou-se. Meses se  passaram sem que nada mudasse e os médicos resolveram radiografar a perna doente. Espantados constataram que a menina houvera quebrado vários  ossos do tornozelo. Durante todo esse tempo a jovem não sentira qualquer dor. Elizabeth é uma das 12 pessoas no mundo que, nos últimos cem anos, nunca experimentaram a sensação de dor. 
Em situações que em outras pessoas provocariam gritos alucinantes, ela se mantinha inalterável como se nada tivesse acontecido.
Um outro indivíduo, contado entre os 12 insensíveis à dor, catalogados nos últimos cem anos, também vivia na Inglaterra e tinha o apelido curioso de Alfineteira Humana ". Com 50 anos de idade confessou, um belo dia, que só sentira alguma dorzinha em 3 momentos ao longo de toda a sua vida: a primeira aos 7 anos, quando foi atingido por um machado na cabeça; a segunda aos 14 anos quando sentiu uma picada durante os procedimentos médicos para retirar um chumbo da perna esquerda que houvera sido baleada acidentalmente durante uma caçada e a terceira, aos 16, sentiu leves dores quando o médico lhe 
colocou no lugar, sem anestesia, uma perna quebrada.

Muitas pessoas poderiam desejar ser um desses " privilegiados " , insensíveis; estariam propensos, porém, a talvez morrer, por exemplo, com um apêndice supurado, tendo como desfecho, uma peritonite. A dor, portanto, 
é um aviso às pessoas comuns, aprioristicamente, de que alguma coisa está errada no seu próprio corpo.
 Sem a dor, por exemplo, nunca detectaríamos um iminente ataque cardíaco, a tempo de procurar socorro imediato. 
A dor é um eficiente sistema de alarme 
natural que atua quando o organismo corre perigo. A maior parte dos seres humanos experimenta duas espécies de dor. O indivíduo que coloque a mão numa chaleira fervente, por exemplo, sentirá, 
imediatamente, uma dor curta e aguda, que o levará a soltar 
incontinente o utensílio. 
Segue-se, então, o segundo tipo de dor, esta contínua, que permanecerá até que o ferimento seja adequadamente tratado e comece a sarar. Ambos os tipos de dor são conduzidos ao cérebro pela medula espinal mas cada um tem o seu próprio sistema nervoso independente. O primeiro é transmitido rapidamente ao cérebro por intermédio de uma rede de pequenos nervos revestidos por um tecido chamado " Fibras Delta-A ", que comunicam ao cérebro a ocorrência, a fim de 
permitirem a rápida reação do organismo. O latejar da queimadura chega ao cérebro mais lentamente, através de nervos não protegidos, chamados Fibras C ". Esta faz o cérebro tomar conhecimento de que a mão foi queimada  e que a dor continuará até que o ferimento seja tratado e sare. Há, porém, um mistério no cérebro. Algumas pessoas tem um elevado limiar à sensação da dor, suportando-a melhor que outras. E, por fim, como explicar a ausência total de dor 
quando sob trauma, como aconteceu comigo, após ser massacrado em um acidente de carro sofrido e narrado em publicações anteriores?...



Um ótimo final de semana a todos.
Grande abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

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