sexta-feira, 13 de abril de 2018

- O RESGATE DO NAVIO COM BOIS NO PORTO DE VILA DO CONDE.





O navio prestes a naufragar
                                                                    imagem Internet





Por mera curiosidade, procurei saber, na última viagem que fiz à Belém, como foi concretizado o resgate daquele navio que iria transportar para o exterior, 5 mil bois, e que naufragou durante o embarque das últimas 30 ou 40 cabeças. Para minha surpresa - e garanto que para surpresa de todos os meus leitores - acabei descobrindo que o navio continua no mesmo lugar do naufrágio !
Apesar do Ministério Público e dos órgãos ambientais terem ameaçado com uma multa de dois milhões de reais\dia a ser cobrada da Companhia Docas do Pará, ainda não se decidiu como implementar a retirada do navio que ainda contem cerca de quatro mil carcaças. Emergencialmente foi apenas providenciada a retirada de algumas toneladas de óleo lubrificante e combustível, para evitar um derramamento maior desses elementos poluidores. A empresa que executou a retirada desse óleo, que seria canadense e se chama Mamute, apresentou também um plano para a retirada do navio com tudo que ele ainda contém. O plano, em resumo, consistiria em içar o navio, fechá-lo totalmente com placas de aço, levá-lo rebocado a até 300 milhas marítimas da costa e afundá-lo numa fossa marinha. Para a execução de tal serviço, a empresa apresentou um orçamento no montante de setenta milhões de reais, sendo que o navio vale apenas dez milhões. Claro que essa diferença de valores  estaria plenamente justificada pelos benefícios trazidos ao pier e ao meio ambiente. Ocorre porém que foi apresentado por uma equipe paraense de peritos no assunto, contratada por uma empresa de resgates ambientadas, um orçamento num valor entre vinte e trinta por cento daquele cobrado pela empresa canadense. Ao contrário do plano da Mamute, o resgate proposto pela equipe paraense, pretendia isolar o local do naufrágio com barreiras de contenção absorventes e, usado um equipamento especial, retirar o restante dos óleos ainda existentes nas inúmeras  tubulações que ligam os tanques aos motores. Ao contrário do plano da multinacional, a proposta consistiria em, após o isolamento total da área, contratar uma empresa especialista para cortar o navio no local onde ele está, içar os pedaços com um guindaste, depositá-los em uma balsa e então proceder à limpeza de todos os detritos contidos em cada um desses pedaços, das carcaças aos sedimentos, que certamente foram depositados ao longo desses anos pelos movimentos das marés. Os pedaços do navio seriam então vendidos, proporcionando um ganho considerável, já que se trata de aço de alta qualidade.O plano paraense contemplaria também a limpeza dos lugares adjacentes ao naufrágio como praias, manguezais, igarapés, igapós e toda e qualquer área atingida pelos materiais poluentes. O que impediu o implemento de um dos dois planos de resgate, não me foi informado, o fato é que tudo continua no mesmo lugar em que aconteceu o acidente!
Se alguém conhece outros fatos envolvendo este resgate, peço que me informe, pelo que agradeço penhorado.



Grande abraço e até a próxima sexta-feira.


Ong ANDE E LIMPE
Clóvis de Guarajuba.

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