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Quando, em 03/09/1989, o voo da Varig decolou de São Paulo para Belém, o plano de voo determinava uma rota conhecida popularmente como " pinga pinga ". Entre os aeroportos de origem e destino, haveria escalas em Uberaba ( UBA ), Uberlândia ( UDI ), Goiânia ( GYN ), Brasília ( BSB ), Imperatriz ( IMP ) e Marabá ( MAB ). Na escala de Brasília houve a troca de tripulação. Assumiu o comando do voo o Comandante Garcez, tendo como copiloto o Oficial Nilson Zille, ambos com razoável experiência nos voos com o Boeing 737-200, sendo que este equipamento foi adquirido pela Companhia em março de 1975, se encontrando perfeitamente apto a fazer percursos curtos ou longos, com todas as garantias de sucesso e segurança.
Na chegada à Marabá, enquanto o Copiloto desceu para fazer uma inspeção visual na parte externa da aeronave - nas aeronaves pequenas, tipo o Cessna 210D, prefixo PDT ( Papa Delta Tango ), monomotor e o Piper PA90, prefixo CZN ( Charlie Zulu November ) bimotor, que eram de minha propriedade e da minha firma, o piloto era obrigado a fazer o chamado " teste São Tomé ", que consistia em verificar a qualidade e a quantidade do combustível que os tanques continham - o Comandante inseriu na programação do voo até Belém, as indicações constantes do plano de voo original, que indicava o rumo 0270. Como a Varig havia mudado recentemente, em 12.06.1989, a nomenclatura das indicações de rumo, acrescentando em todas um 0 ( zero ) à esquerda, a tripulação em geral acabou por adotar a prática de ignorar o tal 0 ( zero ), o que, aliás, se faz comumente, já que 0 ( zero ) à esquerda não tem valor algum. Em se tratando, PORÉM, de rumo relativo à orientação pela bússola, tal raciocínio funciona apenas para números maiores, facilmente identificados como impossíveis de serem contextualizados nos limites dos 360 graus em que se divide uma bússola. Quando os números são menores, como no caso do 0270, a eliminação do 0 ( zero ) à esquerda, transformou o rumo 027
( Nordeste de Marabá) em rumo 270 ( Oeste de Marabá ). Neste caso, o 0 ( zero ) a ser eliminado, seria o da direita...
Tal procedimento, entretanto, não teria nenhuma importância e não desorientaria a tripulação, se, ao invés de seguir cegamente as diretrizes dos instrumentos de navegação da aeronave, os tripulantes aplicassem simplesmente os conhecimentos adquiridos nos bancos escolares do curso primário, quando, COM AQUELA SAUDOSA PROFESSORINHA, aprendemos a nos orientar pelo nascer e pelo por do sol!... Todos, então, aprendemos que o sol nasce no Leste e se põe no Oeste!
Exatamente neste ponto está o cerne da questão...
Mas isto é assunto para a próxima postagem.
Continua na próxima sexta.
Bom fds a todos.
Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe
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