cabeças de condores
Antes de apresentar minha tese que explicaria a presença de membros do império Inca nas terras localizadas entre a divisa dos estados Pará/Amazonas e a cidade de Óbidos, no Baixo Amazonas paraense, é necessário fazer uma viagem ao passado. Começaria por uma rápida visita à história dos Astecas ao tempo da chegada dos europeus ao Novo Mundo. Fernando Cortez chegou por volta dos
anos de 1517 ou 1518, encontrando o império Azteca em pleno florescimento, sob o comando de Montezuma II e, depois de conquistar a confiança do ingênuo gentil, acabou por assassiná-lo, assim como à maioria de seu povo, no ano de 1520.
Logo assumiu seu lugar aquele que seria o último imperador dos Aztecas chamado Cuauhtémoc. Cortez impôs um novo morticínio, desta vez liquidando todos os Aztecas! Claro que alguns remanescentes, vendo as atrocidades perpetradas pelo espanhol e tendo consciência que nada poderia ser feito para neutralizar as armas por ele usadas, devem ter fugido, alguns rumo ao sul, onde, a partir da parte meridional da Colômbia, acabaram por contactar os Incas, para os quais narraram as terríveis consequências advindas com a presença dos europeus. Penso que tal fuga deve ter durado uns cinco anos, tempo suficiente para alguns remanescentes chegarem até o limite Norte do império Inca. A brutal descrição dos episódios, feita pelos recém-chegados, deve ter alarmado o povo Inca que passou a temer a chegada de tais assassinos aos limites do seu império. Foi
sob o impacto dos acontecimentos lá no império Azteca, que os Incas viram chegar aos seus domínios, no ano de 1531, um outro espanhol, Francisco Pizarro. Tal qual seu conterrâneo Cortez houvera feito com os Aztecas, também começou por angariar a simpatia dos nativos, com o único objetivo de descobrir, sem necessidade de conflito, os tesouros que imaginava escondidos pelos Incas.
A simples chegada de
homens barbudos,
portando armas
desconhecidas, mas
já descritas pelos
Aztecas, inclusive
quanto à sua letalidade,
deve ter feito alguns
componentes do império
Inca fugir, temerosos
das consequências
sinistras que adviriam,
se permanecessem
convivendo com tais invasores.
Assim, resolveram fugir
imediatamente, aproveitando
para isto o fácil roteiro de
fuga oferecido pela
correnteza das águas
dos rios da região. Vale
lembrar que o rio Amazonas
é navegável, inclusive por
navios de grande porte, até a cidade de Iquitos, no Peru.
A maioria das famílias fugidas deve ter levado consigo artefatos, objetos domésticos, símbolos religiosos e até ídolos, retratados em peças de cerâmica madeira ou até em ouro. As ilustrações que apresento neste artigo e no artigo da semana passada, nos dão conta de imagens antropomorfas e de animais estilizados, principalmente condores, pássaro só encontrado nos Andes. Longe
de pretender ser o dono da verdade, submeto estas minhas anotações e ideias aos doutos no assunto, apenas esperando ter colaborado para a explicação da presença dos Incas na Amazônia Paraense.
Continua na próxima postagem...
Um excelente final de semana a todos, obrigado pelas visitas.
Abraço,
Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe
Um excelente final de semana a todos, obrigado pelas visitas.
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Clóvis de Guarajuba
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