sexta-feira, 8 de setembro de 2023

- INDÍCIOS DE INCAS NA AMAZÔNIA PARAENSE - I -



                                                                        cabeças de condores


Antes de apresentar minha tese que explicaria a presença de membros do império Inca  nas terras localizadas entre a divisa dos estados  Pará/Amazonas e a cidade de Óbidos, no Baixo Amazonas paraense, é necessário fazer uma viagem ao passado. Começaria por uma rápida visita à história dos Astecas ao tempo da chegada dos europeus ao Novo Mundo. Fernando Cortez chegou por volta dos 
anos de 1517 ou 1518, encontrando o império Azteca em pleno florescimento, sob o comando de Montezuma II e, depois de  conquistar a confiança do ingênuo gentil, acabou por assassiná-lo, assim como à maioria de seu povo, no ano de 1520
Logo assumiu seu lugar aquele que seria o último imperador dos Aztecas chamado Cuauhtémoc. Cortez impôs um novo morticínio, desta vez liquidando todos os Aztecas! Claro que alguns remanescentes, vendo as atrocidades perpetradas pelo espanhol e tendo consciência que nada poderia ser feito para neutralizar as armas por ele usadas, devem ter fugido, alguns rumo ao sul, onde, a partir da parte meridional da Colômbia, acabaram por contactar os Incas, para os quais narraram as terríveis consequências advindas com a presença dos europeus. Penso que tal fuga deve ter durado uns cinco anos, tempo suficiente para alguns remanescentes chegarem até o limite Norte do império Inca. A brutal descrição dos episódios, feita pelos recém-chegados, deve ter alarmado o povo Inca que passou a temer a chegada de tais assassinos aos limites do seu império. Foi 
sob o impacto dos acontecimentos lá no império Azteca, que os Incas viram chegar aos seus domínios, no ano de 1531, um outro espanhol, Francisco PizarroTal qual seu conterrâneo Cortez houvera feito com os Aztecas, também começou por angariar a simpatia dos nativos, com o único objetivo de descobrir, sem necessidade de conflito, os tesouros que imaginava escondidos pelos Incas.



A simples chegada de 
homens barbudos, 
portando armas 
desconhecidas, mas 
já descritas pelos 
Aztecasinclusive 
quanto à sua letalidade, 
deve ter feito alguns 
componentes do império 
Inca fugir, temerosos 
das consequências 
sinistras que adviriam, 
se permanecessem 
convivendo com tais invasores. 
Assim, resolveram fugir 
imediatamente, aproveitando 
para isto o fácil roteiro de 
fuga oferecido pela 
correnteza das águas 
dos rios da região. Vale 
lembrar que o rio Amazonas 
é navegável, inclusive por 
navios de grande porte, até a cidade de Iquitos, no Peru. 
  

A maioria das famílias fugidas deve ter levado consigo artefatos, objetos domésticos, símbolos religiosos e até ídolos, retratados em peças de cerâmica madeira ou até em ouro. As ilustrações que apresento neste artigo e no artigo da semana passada, nos dão conta de imagens antropomorfas e de animais estilizados, principalmente 
condores, pássaro só encontrado nos Andes. Longe 
de pretender ser o dono da verdade, submeto estas minhas anotações e ideias aos doutos no assunto, apenas esperando ter colaborado para a explicação da presença dos Incas na Amazônia Paraense.





Continua na próxima postagem...

Um excelente final de semana a todos, obrigado pelas visitas.
Abraço,

Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe



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