sexta-feira, 17 de março de 2023

- O INCRÍVEL E INTRIGANTE MUNDO DOS INSETOS - X -




...ao final de poucas semanas, a Sra. Perepelova verificou que algumas obreiras acorriam com muita pressa às células-ninho vazias, onde introduziam a cabeça. Verificou-se, então, algo incrível: com o fim de restabelecer a normalidade da colmeia, inúmeras abelhas antes estéreis começaram a por ovos, enquanto as amas se agrupavam ao seu redor, para alimentá-las com o " leite das abelhas ". Penosamente, pouco a pouco as abelhas estéreis continuaram a por por volta de seis a oito ovos, diariamente - quantidade insignificante se compararmos com os dois a três mil ovos que põe a abelha rainha -. A Sra. Perepelova concluiu que, na falta da rainha, acaba a inibição que impede as obreiras de porem ovos. 

Os entomólogos especialistas no estudo das abelhas, esforçam-se para descobrir a que outros meios uma colmeia recorre para recuperar a sua saúde. Mykola Haydak, que trabalha em um laboratório experimental norte-americano, extraiu um favo de larvas de uma colmeia e isolou-o. Depois introduziu nele várias abelhas recém-nascidas, sem a presença de abelhas limpadoras, amas, cereiras, guardas e coletoras. Feito isto, esperou pacientemente.

A adaptação das abelhas foi imediata. De tal maneira aceleraram sua evolução, que aos três dias de nascidas, saiam para explorar a vizinhança, enquanto outras da mesma idade construíam células - trabalho que só costuma ser efetuado aos dezesseis dias de vida -. No quarto dia já recolhiam pólen e, ao final de uma esgotante semana de trabalho incessante, a colmeia prematura começou a funcionar normalmente! 

Quando Haydak publicou suas experiências, especialistas interrogaram-se sobre se as abelhas poderiam inverter a ordem do seu desenvolvimento e, na Iugoslávia, a Sra. Vasilja Moscovljevic, colocou em um favo de larva, isolado convenientemente, a rainha e quinhentas e três abelhas coletoras de pólen, de vinte e oito dias, às quais se secaram previamente as glândulas lactíferas. As abelhas viram-se então ante duas possibilidades e alternativas: deixar morrer as larvas ou produzir leite. Ao fim de alguns dias , as células continuavam sem alimento. Em determinada tarde, por fim, a Sra. Moskovjevic observou que uma coletora se inclinava sobre uma das células e, pra seu espanto, viu que uma brilhante gota de leite de abelha acabara e ser depositada junta à boca de uma larva recém-nascida. Ao examinar aquela abelha coletora ao microscópio, a Sra, Moskovjevic constatou que, como por milagre, as velhas e secas glândulas tinham-se enchido de leite. Havia-se, então, conseguido o impossível: o retorno à juventude!...


-continua -


Até a próxima sexta-feira.


Clóvis de Guarajuba

Ong Ande&Limpe  

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