sexta-feira, 1 de maio de 2020

RITUAIS FÚNEBRES - final -





A citação comumente usada, de que todos se igualam na morte, nem sempre teve sentido. Na Escócia e no norte da Inglaterra, a zona norte do cemitério era reservada aos criminosos, por ser considerada uma região de mau agouro, enquanto os fiéis piedosos eram enterrados na parte leste, mais próximo da " Terra Santa ", a nobreza na parte sul e o povão era amontoado na parte oeste. Dureza mesmo é como têm sido tratados os suicidas. Considerados assassinos de si mesmos, não podiam ser enterrados em terra consagrada. Até o ano de 1824 na Inglaterra, havia uma Lei que mandava enterrar os suicidas em uma encruzilhada, com uma estaca a traspassar-lhe o coração. É que havia a crença de que as pessoas enterradas fora dos cemitérios - terra consagrada -  voltariam à Terra na forma de seres malignos, para atormentarem os seres vivos, se não fossem presos a algum lugar com uma estaca. Ainda assim, mesmo que o espírito conseguisse se libertar, ficaria totalmente perdido e não saberia que rumo tomar para alcançar o mundo dos vivos, já que fora sepultado em uma encruzilhada. Também as cores são usadas em muitas comunidades como sinal de luto. No ocidente é o negro que assinala tradicionalmente o luto.. Na China é o branco, significando os votos de felicidade e prosperidade no outro mundo. A vida e as energias físicas, são celebradas nos enterros ciganos e eles se vestem de vermelho. Já no mundo celta , o vermelho significava a morte, pressagiava o desastre e nunca era usado. Os muçulmanos acreditam que as almas dos justos assumem a forma de aves brancas e, durante a idade média, essa crença se difundiu por toda a Europa. Realmente são insondáveis os mistérios que cercam a morte e, embora convivamos diuturnamente com ela, jamais seremos capazes de aceitá-la racionalmente, se seus tentáculos escolhem algum ente querido.

Excelente final de semana a todos, obrigado pela visita.

Abraço,



Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe

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