sexta-feira, 7 de julho de 2023
A história da professora AFONSINA - IX -
- Imagem Internet
A família de D. CARMEM era composta por ela - viúva de LEONEL XIMENES DE ARAGÃO - e sete filhos cujos nomes, cronologicamente, passo a declinar: MARIA RITA, TITO LEONEL, ODALÉA CARMEM, JOÃO GUALBERTO, RAIMUNDO VITORIANO, AFONSINA ELINDA e PAULO DE TARSO, todos nascidos em Belém e alguns já casados. A família morava na casa da rua Boaventura da Silva, entre as travessa Nove de Janeiro e Vinte e Dois de Junho ( atual Alcindo Cacela ).
Ao chegar de volta à Belém de sua viagem à Oriximiná, D. Carmem, sem perda de tempo e por recomendação expressa da MARIA RITA, tratou de comunicar à sua única filha ainda solteira, AFONSINA, de apenas 16 anos, que deveria preparar-se porque iria se casar com um senhor viúvo, cujo nome era FRANCISCO, " lá na cidade onde mora a sua irmã mais velha!..."
Cabe explicar, a esta altura, que as mulheres de então não tinham liberdade para escolher a quem desposar. Na maioria das vezes eram os pais que determinavam quando e com quem se casariam. É inimaginável tal procedimento nos dias de hoje, daí a explicação.
Embora ainda por concluir o curso na Escola Normal do Estado do Pará, AFONSINA, obediente como as jovens o eram naquele tempo, sob a orientação da mãe, tomou todas as providências necessárias ao seu deslocamento para o destino que lhe fora comunicado há pouco, para ela totalmente desconhecido. O enxoval, incluindo o vestido de noiva, foi providenciado em Belém onde havia maior facilidade de ser confeccionado. Um ano se passara desde que a primeira esposa de FRANCISCO, D. LAURINDA, havia falecido, quando, lá pela segunda quinzena do mês de novembro de 1940, chegaram à Oriximiná, pelo mesmo navio, o " Barão de Cametá ", D. Carmem e sua filha AFONSINA.
A esta altura, a cidade toda já tomara conhecimento de que aquela jovem seria oficialmente declarada noiva do Sr. FRANCISCO, assim que ele cumprisse as formalidades, pedindo sua mão em casamento perante a mãe da jovem e sua irmã mais velha. A notícia da próxima chegada da moça à cidade e da finalidade a que se destinava, fora metodicamente comunicada à sociedade local pela diligente e firme iniciativa da MARIA RITA. E o FRANCISCO, demonstrando irresistível atração pela recém chegada - jovem, bonita, esbelta e elegante ( ela somente começaria a engordar a partir da segunda gravidez ) - não tardou a cumprir o ritual do pedido de casamento perante a parte da família da jovem presente na cidade. Desta vez, porém, na mesma ocasião da cerimônia do pedido de casamento, foi anunciado pelo noivo que o enlace se daria logo no mês de fevereiro do ano seguinte, isto é, 1941. Faltava apenas determinar o dia, que dependeria, naturalmente, do cumprimento dos trâmites legais e da agenda do pároco. Finalmente, passadas as festas de fim de ano, ficou decidido que a cerimônia nupcial seria realizada no dia 13 de fevereiro de 1941. Aliás, o dia 13 começava a marcar algumas datas importantes da vida da noiva: ela nasceu no dia 13 de janeiro de 1924 e agora casaria no dia 13 de fevereiro de 1941...
Continua na próxima sexta-feira...
Bom fim de semana a todos.
Clóvis de Guarajuba
ONG Ande&Limpe
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4 comentários:
Hoje é chocante pensar no casamento de uma menina com 16 anos...especialmente com um homem bem mais velho e viúvo.
História começando ficar melhor...!
Tempos que os valores e a família eram primordiais na vida da pequena cidade!👏👏👏
Olha só, eu nasci no dia 13 de fevereiro...
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