sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

- O INCRÍVEL E INTRIGANTE MUNDO DOS INSETOS - III -


 

Muito diferente do nosso, o sangue dos insetos não circula por meio de um sistema arterial: ao contrário daquilo que ocorre com o nosso sangue, nasce de uma grande e única artéria que parte do coração, atravessa todo o tórax e, com a ajuda de " corações " auxiliares,  irrigam todo o corpo, impulsionando o sangue para os mais distantes pontos e extremidades. As baratas, por exemplo, possuem um destes

 " corações " na cabeça, por meio do qual fazem com que o sangue chegue às suas compridas antenas; por outro lado, os insetos aquáticos dispõem de corações reforçados que asseguram uma perfeita circulação em suas patas. 

O simples ato de inspirar, nos insetos constitui uma operação complicada pois eles não possuem pulmões e não podem respirar pelo nariz ou pela boca: eles possuem ao longo do dorso filas de minúsculas perfurações dispostas de maneira simétrica, que fazem as vezes de um aeroduto. Estes canais se comunicam, no interior do corpo, com duas linhas centrais que, por sua vez, se ramificam em centenas de tubos que levam o ar ao corpo todo. Assim, eles ficam arejados o tempo todo por uma corrente de ar, regulada pelo indivíduo com o abrir e fechar dos aerodutos, à semelhança de um tocador de órgão ( organista ), quando aciona os reguladores de tom.

Quando em repouso, o inseto consome pouco oxigênio, bem diferente de quando em voo, pois neste caso necessita de aspirar 50 vezes mais oxigênio do que o volume normal, o que consegue com o bater das asas: quando os músculos das asas se contraem ele expele quase todo o ar do corpo e, quando as distende, o ar fresco penetra largamente nos aerodutos. A oxigenação obtida durante o voo é tão completa que há a renovação do ar nos músculos das asas a cada bater delas! Concentra-se nas asas um potencial de energia muito maior do que no resto do corpo. A libélula, que tem de sustentar no ar um corpo muito comprido, tendo asas mais delgadas do que o mais fino papel, chega a alcançar uma velocidade de 65 km/h! Um mosquito cheio de sangue é capaz de realizar a incrível proeza aerodinâmica de voar carregando um peso duas vezes superior ao seu! Para conseguir tal façanha, bate as asas mais de 300 vezes por segundo. Esta ação de rapidez inimaginável não é privilegio exclusivo do mosquito: há espécies - como o jejem, muito abundante na América - tão pequeno que é quase invisível, capaz de bater as asas mais de mil vezes por segundo!


-continua -


Até a próxima sexta e obrigado pela visita.


Clóvis de Guarajuba

Ong Ande&Limpe 

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