Tradicionalmente, era à tarde que se tomava banho, e no rio, naquela época ( início da década de 1940 ). Tanto para facilitar o banho quanto para servir de ancoradouro, sempre eram e são, ainda hoje, construídas pontes de madeira às margens dos rios amazônicos, geralmente bem em frente à casa principal das fazendas. Diga-se, a título de ilustração aos que não estão familiarizados com esta região do nosso País, que ali, as estradas são os rios e as embarcações, a depender de seu porte e utilização, fazem o mesmo trabalho que os ônibus, caminhões, automóveis, etc., executam nas cidades.
Voltemos agora ao banho. Naquele dia, " seu " Alfredo e
" dona " Dira, sua mulher - ele o vaqueiro da fazenda e ela minha babá - precisaram sair pela manhã em sua " montaria " ( canoa pequena ), para irem à uma outra propriedade rio acima, onde morava um seu parente chamado Manoel Gualberto, para resolver não sei qual problema ( minha mãe ao relatar estes fatos, bem como
" dona " Iza, nossa vizinha, ao corroborá-los, não informaram o
motivo da tal viagem ). Assim, sem ninguém para tomar conta de mim, resolveram levar-me para a beira do rio na hora do banho. Minha mãe, então com apenas 15 anos ( casava-se muito cedo naquele tempo, principalmente as mulheres ), naturalmente sem nenhuma experiência com crianças, já que eu era o seu primeiro filho, deve ter tido um momento de descuido e, quando se voltou para o local onde me havia deixado sobre a ponte, descobriu, horrorizada, que lá já não me encontrava! Gritou desesperada e meu pai se jogou da ponte à minha procura, sem sequer saber pra que lado dela eu havia caído...
Continua na próxima postagem.......
Um ótimo final de semana a todos e muito obrigado pelas visitas.
Clóvis de Guarajuba
ONG Ande & Limpe