Fui, durante muitos anos, cliente do antigo Banco do Estado da Bahia, o BANEB. Todas as vezes que precisava ir pessoalmente ao estabelecimento, visitava uma galeria de artes localizada em um dos andares do prédio sede, para me deliciar com a visão deslumbrante das obras de arte - pinturas em sua maioria, e o motivo pelo qual não a denomino como pinacoteca, é o fato de também exibir esculturas, painéis e gravuras -. Eram maravilhas de autoria de artistas baianos de origem ou de alguns que adotaram a Bahia como seu lugar definitivo no mundo. Nomes como CALASANS NETO, CÉSAR ROMERO, JENNER AUGUSTO, FERNANDO COELHO, LEVY SMARCWSKI, GENARO DE CARVALHO, SANTE SCALDAFERRI, MANOEL JERÔNIMO, SÀ MENEZES, CARYBÉ, MÁRIO CRAVO, ROBERTO BURLE MARX, HANSEN, FERJÓ e muitos outros que anotei então, cuidadosamente e encontrei ainda hoje em meio aos meus alfarrábios.
Com a privatização do BANEB, o acesso à galeria ficou restrito e não sei se os novos donos - o BRADESCO - mantiveram o acervo no mesmo local. Assim, faço um apelo veemente aos privilegiados que, como eu, tiveram a felicidade de se deslumbrar, certamente extasiados, com a visão daquele acervo, para que me informem aonde se encontram as obras, esperando que estejam em solo baiano, já que são itens importantíssimos da história da cultura e da ARTE BAIANA!
(deixo de publicar uma ilustração afim, por conta do"direito autoral".
Obrigado pela visita e até a próxima sexta-feira.
ONG Ande&Limpe

Tive conta lá! Infelizmente nem sabia deste acervo. Abraço amigo.
ResponderExcluirExcelente lembrança meu amigo !!! Fui correntista no Baneb e também cheguei a apreciar essas obras ,hoje estou fora de Salvador e não sei dizer muito sobre ,apenas lembro demais da agência no comércio .
ResponderExcluirÓtimo texto e uma defesa da cultura baiana, visto que as obras nao sao mais visiveis aos clientes baianos!
ResponderExcluirNão esperava nada, além, do que uma saída de mestre...sensacional, pai!
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ResponderExcluirTio Clóvis, que relato maravilhoso e cheio de sensibilidade!
A forma como o senhor descreve a galeria do antigo BANEB nos faz quase enxergar cada obra, cada cor e cada detalhe que marcou aquela época. É impressionante perceber como esses espaços culturais, muitas vezes inseridos dentro de instituições financeiras ou prédios públicos, tiveram um papel tão importante na formação artística e na valorização dos nossos talentos baianos.
Compartilhar essa memória é, por si só, um ato de preservação cultural.
Assim como o senhor, também acredito que esse acervo — tão rico e representativo da nossa arte — merece estar acessível ao povo baiano, em um local onde possa ser admirado e reconhecido por sua importância histórica.
Que seu apelo alcance quem conhece o destino dessas obras e que elas estejam recebendo o devido cuidado e valorização. Obrigado por mais um texto inspirador, que sempre nos lembra a importância de olhar para a história com respeito e curiosidade.
Parabéns pela reflexão e pela dedicação em manter viva a memória cultural da Bahia.
Com carinho,
Rodrigo.